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Ivan Proença, diretor da ABI, será um dos palestrantes do encontro que lançará oficialmente nesta segunda-feira (26), às 21h, o manifesto O PETRÓLEO VOLTARÁ A SER NOSSO E O BRASIL VOLTARÁ A CRESCER. Devido ao seu histórico de coerência e luta, a ele foi designada a tarefa de ler o documento.  Proença participou em abril de 1964 da defesa do CACO, Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, da Faculdade Nacional de Direito, de grande presença política no apoio a Jango, Brizola, ao trabalhismo e nacionalismo. Os lacerdistas armados, como os bolsonaristas de hoje, foram assassinar os membros do CACO, alunos da FND.

Militar, estava de serviço no Ministério da Guerra, que, como a FND, ficava no entorno do Campo de Santana. Ivan Proença levou soldados e impediu o massacre dos lacerdistas. Foi cassado, afastado do Exército e anistiado em 1979. Tem mais de 90 anos.

Segunda-feira estarão ao lado de Proença o vice-presidente da AEPET, Felipe Coutinho, o jornalista Beto Almeida; o professor de Direito Econômico da USP, Gilberto Bercovici; Ivan Proença, diretor da ABI; e o geólogo Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobrás. O evento será apresentado pelo jornalista Paulo Miranda.

Leia a seguir a íntegra do manifesto:

O PETRÓLEO VOLTARÁ A SER NOSSO E O BRASIL VOLTARÁ A CRESCER

O retorno do monopólio estatal – exercido pela Petrobrás – é ponto inicial da política para promover a soberania brasileira.

O Brasil está a um passo de perder a Petrobrás – dos maiores símbolos de brasilidade e dos principais instrumentos do Sistema Industrial Brasileiro na área da energia – e de garantir ao País altos níveis de bem-estar social para toda população pela exploração nacional das reservas de petróleo e gás natural.

Tanto a Petrobrás quanto a imensa reserva de petróleo do pré-sal e dos campos terrestres e marítimos estão sob a mira de interesses estrangeiros e dos grupos econômicos sob seu controle.

Para reverter esse crime de lesa-pátria, a campanha eleitoral é momento privilegiado. Colocamos na mesa a urgência da reestatização de toda cadeia produtiva, da exploração até a produção, refino, transporte e distribuição dos derivados de petróleo.

Não se trata da volta ao passado, mas da inserção do Brasil na nova geopolítica do mundo multipolar, com soberania e controle da sua riqueza natural. Resposta à fortíssima crise financeira internacional que se avizinha, com mudanças na geopolítica global que já obrigam as nações a condensarem suas cadeias produtivas nos territórios nacionais, como as reestatizações que ocorrem na Europa e na Ásia.

O governo que tomar posse em 1º de janeiro de 2023 terá a oportunidade de recuperar o monopólio estatal do petróleo, exercido pela Petrobrás, e a capacidade de dirigir com autonomia o desenvolvimento social e econômico da Nação.

Os signatários deste documento, preocupados em resgatar a soberania brasileira, a Petrobrás e nossas reservas de petróleo e gás natural, listam as medidas que, atendendo à Constituição Brasileira, precisam ser iniciadas no primeiro dia do novo governo.

OITO PONTOS PARA O FUTURO SOBERANO DO BRASIL

1- Restauração do monopólio estatal do petróleo, exercido pela Petrobrás;

2- Reversão da privatização dos ativos da Petrobrás, destacando a BR Distribuidora, refinarias, malhas de gasodutos (NTS e TAG), distribuidoras de GLP e gás natural (Liquigás e Comgás), produção de fertilizantes nitrogenados (FAFENs), direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural e as participações na produção de petroquímicos e biocombustíveis;

3- Reestruturação da Petrobrás como Empresa Estatal de petróleo e energia, dando conta de sua gestão, com absoluta transparência, ao controle do povo brasileiro;

4- Alteração da política de preços da Petrobrás, com o fim do Preço Paritário de Importação (PPI), que foi estabelecido em outubro de 2016, e restauração do objetivo histórico de abastecer o mercado nacional de combustíveis aos menores preços possíveis;

5- Limitação da exportação de petróleo cru, com adoção de tributos que incentivem a agregação de valor e o uso do petróleo no país;

6- Recompra das ações da Petrobrás negociadas na bolsa de Nova Iorque (ADRs);

7- Desenvolvimento da política de conteúdo nacional e de substituição de importações para o setor de petróleo, gás natural e energias potencialmente renováveis;

8- Estabelecimento de um plano nacional de pesquisa e investimentos em energias potencialmente renováveis, sob a liderança da Petrobrás.

Assim como em 1953, as cartas estão na mesa. A Petrobrás, nestes 69 anos de existência, levou um País importador de todos os derivados à autossuficiência, desenvolvendo sua base econômica, energética e tecnológica.

Precisamos transformar o imenso potencial brasileiro em realidade, para a qual é essencial ter o Brasil Soberano, defensor dos legítimos interesses nacionais e da promoção da dignidade dos brasileiros.

 

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