Documento foi divulgado em debate pelos 70 anos da Petrobrás no IGEO/UFBA
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo Bahia (AEPET-BA), promoveu um debate pelos 70 anos da Petrobrás, na tarde de quinta-feira 14/12, no auditório Yeda Andrade, bloco C, no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (IGEO/UFBA), no campus de Ondina.
O evento integra o calendário de atividades pelo aniversário da empresa completados no dia 03 de outubro. Na ocasião, a AEPET-BA divulgou o manifesto pela nacionalização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), lançado no dia 08 de novembro, na Faculdade de Direito da UFBA.
Os trabalhos foram conduzidos pelo associado e candidato a vice-presidente na chapa da AEPET-BA, José Augusto Fernandes. Foi ele que leu o manifesto e solicitou a adesão dos professores, estudantes e petroleiros presentes na palestra.
Foi um encontro que reuniu estudantes de Geologia e integrantes da primeira, segunda e terceira turmas de geólogos formados em Escolas de Geologia de Ouro Preto (MG) e Salvador (Bahia). Inclusive, dois deles receberam placas de homenagens pelas contribuições à geologia, à formação e à Petrobrás. Foram eles os professores Luiz José Passos (Passinho) e Cicero da Paixão Pereira.
O presidente da AEPET-BA, Marcos André, não pode comparecer porque estava participando do enterro do ex-deputado federal e petroleiro aposentado Luiz Alberto (PT), que ocorreu no mesmo horário.
O diretor do IGEO/UFBA, Cristovão de Cássio Brito, abriu o debate, falando sobre o papel e a importância da Petrobrás para a criação do curso de geologia na UFBA.
O professor do programa de pós-graduação em Geologia da UFBA e membro da Academia Brasileira de Ciências, Aroldo Mis, também falou da importância da empresa e lembrou que quando era estudante de Biologia, ele pegava carona no ônibus da Petrobrás que transportava os petroleiros para o centro de formação de pessoal, Cenpes, que funcionava no Canela.
A presidenta da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), Simone Cruz, falou do enfrentamento, nos últimos seis anos, contra a privatização da Petrobrás. A entidade tem realizado várias publicações em sites, blogs e revistas sobre a indústria do petróleo e em defesa da Companhia. Este ano, foi divulgado material no blog Deriva Continental sobre a cadeia produtiva do petróleo, ressaltando a importância da empresa para o Brasil. “Nós criamos uma linha editorial sobre a questão do petróleo no Brasil. Já temos quatro artigos, sendo que o primeiro foi sobre a bacia Potiguar”, explicou ela.
Simone ressaltou a importância de criar o Memorial da Petrobrás, na Bahia. Conclamou os geólogos e geólogas para manter a posição política de vanguarda e lutar em defesa do patrimônio público nacional e da Petrobrás.
A professora titular da Faculdade de Educação da UFBA, Celi Zulke Taffarel, falou das mobilizações conjuntas com os petroleiros e petroleiras nas ruas e nas portas de unidades da Petrobrás contra a privatização fatiada da empresa. Ressaltou a mobilização que incluiu no Plano Nacional de Educação que parte dos recursos do pré-sal iriam ser destinados para investimentos em educação. E que isso não aconteceu até hoje.
Presente também no evento, a professora de pós-graduação em Geografia e coordenadora do Grupo de Pesquisa Geograpar, Guiomar Germani e o ex-presidente da SBG e geólogo da Petrobrás, Argemiro Garcia Filho.
Foi feita uma homenagem também aos geólogos presos, torturados e mortos pela ditadura militar. O professor aposentado do IGEO, Arno Brichta, deu seu depoimento sobre o período em que foi preso pelos militares em Salvador. Após 48 anos, Arno teve um reencontro emocionado com o associado da AEPET-BA, o engenheiro aposentado Pitágoras Jose Bourscheid, ambos presos pela ditadura na “Galeria F”.
O evento contou com o apoio da Comissão dos 65 anos do curso de Geologia da UFBA, do Diretório Acadêmico César F. N. Martins, da AAPG UFBA Student Chapter e da Associação Baiana de Geólogos (ABG).
Em 2024, a AEPET-BA vai continuar promovendo encontro com a academia para falar de temas relacionados à reconstrução da Petrobrás e da necessidade da soberania nacional. Este ano, palestras foram realizadas na Faculdade de Economia e de Direito da UFBA.
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