Compartilhe

Como se já não bastassem os absurdos que vêm sendo feito contra a Petrobrás nesses últimos anos, agora querem criar uma CPI para investigar a companhia. Numa interferência escancarada, as vésperas das eleições, Bolsonaro tem feito de tudo para esquivar sua imagem da alta dos combustíveis.

Após a troca de mais um presidente na Petrobrás, a quarta em menos de dois anos, Bolsonaro, Guedes e Arthur Lira começaram uma agressiva narrativa de que a companhia necessitaria passar por uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, para investigar as ações da empresa.

Na visão deles, essa investigação apontaria os verdadeiros culpados pelos aumentos nos preços dos combustíveis. Só que, na verdade, é mais uma tentativa de criar uma cortina de fumaça diante dos novos reajustes anunciados pela Petrobrás e evitar uma derrocada maior de Bolsonaro em outubro.

E parece que o tiro deles saiu pela culatra. De acordo com o jornal O Globo, a coleta de assinaturas da CPI defendida por Bolsonaro esfriou e praticamente travou. Entre terça-feira (21) e quarta (22), o requerimento foi de 119 para 134 apoiadores, ainda menos do que os 171 necessários para abrir a investigação.

O pedido de Bolsonaro não é o mesmo feito pelos líderes dos partidos no Congresso Nacional, nem tem apoio dos partidos da sua base de apoio, o centrão. Não tem apoio por não gerar efeitos imediatos, por não haver tempo de fazer uma CPI antes do recesso em julho e pelo medo da investigação ser capturada pela oposição.

Outro grande motivo que enfraqueceu o CPI, foi a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, ocorrida na manhã desta quarta-feira (22). Esse fato caiu como uma bomba nos bastidores do governo, que teme pelos avanços na investigação feita pela Polícia Federal.

Além disso, a prisão do ex-ministro, trás de volta o foco para a abertura de uma outra CPI, que quer investigar as irregularidades no MEC – Ministério da Educação e Cultura, coisa que a base governista não quer para o momento. É muito podre para uma gestão que diz não ter corrupção.

Segundo o portal Metrópoles, o cálculo dos governistas é que o caso Milton Ribeiro vai durar no noticiário por um bom tempo. Difícil ter assunto que concorra com a prisão de um ex-ministro do governo, ao menos nos próximos dez dias.

Nem os próprios caminhoneiros acreditam na CPI

Para o deputado Nereu Crispim (PSD-RS), coordenador das frentes parlamentares dos Caminhoneiros e da Mineração, a Câmara dos Deputados possui histórico de resistência, na atual legislatura, a apurações envolvendo a Petrobrás e o episódio mais recente não deverá ser diferente.

Na avaliação do coordenador, não há interesse de fato do governo em investigar a estatal, mas sim em adotar um discurso combativo contra os reajustes.

“É mais uma mentira do governo, que não vai se concretizar. Eles vão continuar esse teatro até as eleições. Todas as alternativas que nós já demos no legislativo para solucionar a alta dos combustíveis o governo não quis apoiar”, declarou, em entrevista ao site Congresso em Foco.


Compartilhe