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Avança no Senado projeto para aumentar pena de crimes cibernéticos

Cerca de 24% dos brasileiros foram vítimas de golpes cibernéticos nos primeiros seis meses deste ano, é o que aponta uma pesquisa do DataSenado. Quase 41 milhões de pessoas perderam dinheiro em algum tipo de golpe pela internet no período.

Segundo a pesquisa “Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, a distribuição dos golpes é uniforme em todas as regiões caso seja levado em consideração a margem de erro.

Já o Estado da Bahia tem alta subnotificação, segundo o delegado Delmar Bittencourt, titular do Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil (Ciberlab), ao jornal Correio, no ano passado. O receio de impunidade é o principal entrave para que as vítimas denunciem os crimes praticados pela internet, afirma o delegado.

Neste ano, a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-BA) apontou que foram praticados cerca de 20 casos de crimes cibernéticos, ou seja, estelionatos digitais. Pix e uso indevido de CPFs receberam destaque pelo significativo crescimento nos últimos anos.

“Fui vítima de um hacker que roubou o meu Instagram e começou a pedir Pix para pessoas próximas alegando ser eu”, contou ao portal iBahia, a biomédica Mariana Harkbat, que prestou queixa em uma delegacia de Vitória da Conquista e conseguiu recuperar a conta meses depois.

Bastante comum, o contato através do Whatsapp pedindo uma transferência por Pix à familiares e amigos se tornou um atrativo para golpistas. Idosos são as maiores vítimas em potencial por, muitas vezes, não terem familiaridade com aparelhos eletrônicos e tecnológicos.

“Dias atrás recebi uma mensagem no WhatsApp de alguém se passando por minha filha e pedindo para que eu fizesse um depósito via Pix. Achei estranho porque era de um número diferente e aí resolvi esperar. Mais tarde confirmei com ela de que se tratava de um golpe”,relatou ao iBahia a aposentada Rosenilda Cova, 64 anos.

Outro golpe muito recorrente é o anúncio falso da venda de automóveis. O golpista rouba fotos e informações de um anúncio verdadeiro e cria uma oferta falsa com um valor abaixo do praticado geralmente, após conseguir um potencial comprador, ele pede que uma parte do valor seja adiantada para conseguir “segurar a oferta”, mas após receber o dinheiro adiantado, o golpista desaparece.

Com a onda de crimes praticados pela internet, avança no Senado uma proposta que agrava penas para crimes cibernéticos. Após ser aprovada pela Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD), o texto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), segundo a  revista Veja.

Estima-se que 1,2 bilhão de reais seja o impacto potencial das tentativas de crimes cibernéticos, no primeiro semestre de 2024, aponta o “Mapa da Fraude”, da ClearSale, empresa de inteligência de dados e prevenção a fraudes.

Como se proteger de crimes praticados pela internet?

Links de fontes desconhecidas ou que a URL seja diferente do anúncio? Desconfie. Muitas vezes não é preciso que o usuário insira dados em links suspeitos, apenas o ato de acessá-lo pode expor o usuário à malwares, um tipo de software malicioso, ou seja, que foi criado intencionalmente para prejudicar o sistema ou os usuários, como o roubo de dados ou espionagem das atividades realizadas nos aparelhos infectados, por exemplo.

Ofertas de produtos muito abaixo do preço?  Especialistas em segurança cibernética enfatizam a importância de desconfiar de ofertas muito atrativas, muito abaixo do preço praticado por outros vendedores, porque pode ser um indicativo de golpe. Se o vendedor pedir para que seja adiantado algum valor, não é recomendável, já que você não terá nenhuma garantia de que, de fato, receberá o produto.

Algum contato mandou mensagem pedindo pix? Fique atento. Muitos golpistas utilizam fotos de conhecidos em números de celulares diferentes e alegam emergência. Por ser a foto de algum conhecido ou familiar, a vítima acaba fazendo a transferência sem muitos questionamentos, o que facilita a vida dos criminosos.

 


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