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A Boitempo lançará em julho a coletânea “Repressão, disciplina e suor”, uma obra que desvenda o papel da Petrobrás na ditadura “empresarial-militar” do Brasil. Organizado por um grupo de pesquisadores, o livro integra a coleção “Mundo do Trabalho” e é lançado no ano em que o golpe civil-militar de 1964 completa seis décadas.

Dividido em quatro partes, o livro começa abordando o contexto de criação da Petrobrás, em 1953, que se tornou um símbolo de desenvolvimento e soberania nacional. A segunda parte explora as motivações do golpe de 1964 e como a Petrobrás colaborou com o regime ditatorial, afetando profundamente os trabalhadores e sindicatos.

A terceira seção da coletânea foca nos beneficiários das ações da Petrobrás durante a ditadura, destacando casos que envolvem a empresa em crimes ambientais. Essas ações não apenas enriqueceram certos grupos, mas também tiveram consequências desastrosas para o meio ambiente. A última parte do livro apresenta reflexões sobre as implicações da atividade da Petrobras na crise climática atual.

A pesquisa também traz à tona casos envolvendo ações da empresa sobre populações urbanas vulnerabilizadas, a exemplo caso do incêndio em Vila Socó, Cubatão/SP, em 1984, e as consequências para povos indígenas do Vale do Javari/AM, das atividades sísmicas desenvolvidas em seus territórios.

“Repressão, disciplina e suor” promete ser uma contribuição importante para a compreensão da história do Brasil, trazendo uma perspectiva interessante sobre o papel de grandes empresas estatais, como a Petrobrás, nesses períodos de repressão.

A organização do livro é de responsabilidade de Luci Praun; Alex de Souza Ivo; Carlos E. S. de Freitas; Claudia Lima da Costa; Júlio César P. de Carvalho; Márcia Costa Misi; Marcos de Almeida Matos.


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