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Neste artigo, a conselheira eleita pelos trabalhadores para o Conselho de Administração da Petrobrás, Rosangela Buzanelli, usa como base a coluna da jornalista Malu Gaspar para falar sobre os conflitos de interesses e “irregularidades” na troca de cadeiras da empresa promovida pelo governo Bolsonaro. Leia a seguir:

Em sua coluna, publicada nesta segunda-feira (13), no O Globo, a jornalista Malu Gaspar enumera potenciais “problemas” na lista de nomes indicados pelo governo federal para o que ele chama de “renovação” do Conselho de Administração da Petrobrás. Algumas das indicações, de acordo com o relato, implicam em conflito de interesses e até mesmo em “irregularidades” frente às determinações da lei das estatais (lei 13.303), as regras de governança da companhia, o que por si só já deveria ser motivo suficiente para inviabilizar essas nomeações.

Há, por exemplo, a indicação para o CA de um secretário da Casa Civil, sendo que a lei das estatais proíbe que ministros e secretários de estado ocupem cargo de conselheiros em empresas estatais. Outro caso de destaque é o de um procurador-geral da Fazenda Nacional, que no seu trabalho atual “defende a União em disputas tributárias contra a Petrobras na Justiça”.

E tem ainda indicações que implicam em inversão de hierarquias, ou seja, o subordinado que vai passar a dar ordens ao chefe, o que pode se transformar em mais um potencial conflito no dia a dia. Afinal, na prática, como bem questiona a jornalista, “quem vai obedecer a quem?”.

Outra informação, que não é citada no texto, mas que considero relevante é que o indicado a presidente da Petrobrás não preenche todos os requisitos necessários para o cargo. Pelos critérios legais, de acordo com a lei das estatais, falta-lhe experiência na área.

A lista do governo tem ainda outras estranhezas, que devem certamente ser apuradas no processo de governança interna. É necessário que seja feito o levantamento de cada um dos nomes, analisando os requisitos legais e de gestão, além das questões de integridade, e apontando os eventuais conflitos de interesses ou irregularidades. Informações essas que deverão ser apreciadas e analisadas, posteriormente, pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Os resultados dessas análises são aguardados com preocupação pelos diferentes setores interessados, em mais uma dança das cadeiras no CA promovida pelo governo federal.

Leia mais sobre o assunto Incompetência e trapalhadas marcam nomeações para a presidência da Petrobrás

Fonte: Blog Rozangela Buzanelli https://rosangelabuzanelli.com.br/os-entraves-promovidos-pelo-governo-em-mais-uma-danca-das-cadeiras-no-ca/


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