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No dia 3 de outubro de 2025, a Petrobrás completa 72 anos de existência. Uma história marcada por conquistas, resistência e protagonismo popular, que teve na Bahia o ponto de partida para a consolidação da indústria do petróleo no Brasil.

A Bahia como berço do petróleo brasileiro

Foi no bairro de Lobato, em Salvador, que em 1939 jorrou pela primeira vez o “ouro negro” em território nacional, contrariando as previsões dos entreguistas e dos cartéis internacionais que dominavam o setor. Pouco tempo depois, em 1941, o poço de Candeias confirmou o primeiro campo comercial, consolidando o Recôncavo Baiano como centro pioneiro da produção de petróleo.

Em 1950, com a inauguração da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) em São Francisco do Conde, o Brasil dava um salto em direção à autossuficiência. A Bahia não apenas revelou o petróleo, mas também construiu as bases do parque de refino nacional.

O petróleo é nosso: a luta que criou a Petrobrás

A campanha popular “O Petróleo é Nosso”, lançada em 1948, foi determinante para pressionar o governo e o Congresso. O clamor das ruas se transformou em vitória com a sanção da lei de criação da Petrobrás, em 3 de outubro de 1953, pelo presidente Getúlio Vargas. Nascia a empresa que se tornaria a maior estatal da América Latina, orgulho nacional e símbolo da soberania brasileira.

Avanços, ataques e resistências

Com o esforço dos trabalhadores, a Petrobrás construiu o maior parque de refino da América Latina, garantiu autossuficiência e descobriu o Pré-Sal, uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Mas cada vitória trouxe também novas disputas.

Nos anos 1990, no auge do neoliberalismo, a Petrobrás esteve sob grave ameaça de privatização durante o governo FHC. A resistência popular, sindical e de entidades como a AEPET foi fundamental para impedir o desmonte completo.

Mais tarde, a partir de 2002, o país viveu um período de prosperidade com as descobertas do Pré-Sal, colocando o Brasil no mapa das grandes potências petrolíferas. Porém, a Operação Lava Jato e os governos Bolsonaro e Temer aceleraram o desmonte da estatal, entregando ativos estratégicos e reduzindo o papel da empresa.

72 anos: celebrar e lutar

Hoje, com o retorno do governo Lula, a Petrobrás encara o desafio da reconstrução: retomar ativos estratégicos, valorizar seus trabalhadores, recuperar sua função de garantir energia a preços justos para o povo brasileiro e liderar a transição energética de forma justa e inclusiva.

É também momento de enfrentar problemas que afetam diretamente a vida dos petroleiros e petroleiras, como os equacionamentos da Petros, as condições de trabalho, saúde e segurança, e a recomposição dos efetivos.

Na Bahia, continuamos lutando pela reconstrução de todos os ativos que foram vendidos como a antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), campos terrestres e comemoramos o retorno da Fábrica de Fertilizantes (FAFEN-BA). Nesse sentido, a Petrobrás antes de dar início à FAFEN-BA deverá atualizar o parque industrial e trazer de volta os petroleiros e petroleiras baianos (as) que foram movimentados para outros estados.

A trincheira dos petroleiros e petroleiras

Ao longo dessas sete décadas, a história da Petrobrás foi escrita sobretudo nas trincheiras de luta dos trabalhadores. Na Bahia, esse compromisso se mantém vivo. A AEPET-BA reafirma que a defesa da Petrobrás é, ao mesmo tempo, a defesa da soberania nacional, do desenvolvimento econômico e da justiça social.

Neste 3 de outubro de 2025, celebramos as vitórias, mas acima de tudo reafirmamos a luta.
Luta pela Petrobrás pública e integrada.
Luta pela soberania energética do Brasil.
Luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Luta por um futuro de dignidade e justiça para o povo brasileiro.

Leitura obrigatória

Para celebrar os 70 anos da Petrobrás, o jornalista José Augusto Ribeiro escreveu, a pedido da AEPET o livro “A História da Petrobrás”. Leitura obrigatória para um melhor entendimento, tanto da História da empresa, como do Brasil, nos últimos 70 anos.

Ou seja, nem um século se passou desde a criação da Petrobrás, em 3 de outubro de 1953, fruto da tenacidade e habilidade política de Getúlio Vargas, que propôs o projeto de lei em 1951, que foi aprovado quase dois anos depois como a Lei 2004.

Clique aqui para ler a versão completa em PDF

Viva os 72 anos da Petrobrás! Viva a luta dos petroleiros e petroleiras!

Reconstruir a Petrobrás é Reconstruir o Brasil e a Bahia!


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