A Petrobrás negou planos de estatizar a Braskem, maior produtora de polipropileno nos EUA e maior produtora de resinas na América, e afirmou que é favorável à entrada de um sócio estratégico na empresa. O diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Leite, mencionou em um evento com analistas de bancos de investimento que a estatal aguardará a decisão da Novonor sobre a venda de suas ações na Braskem antes de avaliar se aumentará sua participação. A informação foi divulgada, na semana passada, pelo economista Armando Avena no seu blog.
A atual estrutura societária da Braskem é dividida entre a Petrobrás, com 50,1%, e a Novonor, com 47%, resultado da política de criação de grandes players com capacidade de competição internacional.
No entanto, a Petrobrás não pretende adquirir a totalidade dos papéis da sócia. Três grupos já demonstraram interesse na Braskem: Apollo e Adnoc, Unipar e J&F Investimentos. A Petrobras destacou a importância de ter um sócio estratégico na Braskem, mencionando nomes como LyondellBasell, Saudi Aramco e Adnoc, que poderiam contribuir para novos projetos no exterior. A Companhia enfatizou que o setor petroquímico é estratégico, especialmente em um cenário de queda nos preços da gasolina, e que a Braskem pode ser uma oportunidade para a internacionalização dos negócios.
Carta sobre a venda da Braskem
A Confederação Nacional dos Químicos – CNQ, a Federação Única dos Petroleiros – FUP e entidades sindicais do ramo químico e petroleiro do país, incluindo o Sindiquímica – Bahia, emitiram uma Carta à sociedade brasileira sobre a venda da petroquímica Braskem e sobre a possível compra pela Petrobrás.
As entidades alertam que, na história da petroquímica no Brasil, vários grupos privados nacionais surgiram e desapareceram, seja por falta de competência, seja por não ter tradição neste ramo da indústria.
Os sindicatos defendem que o esforço financeiro necessário para a Petrobrás alcançar a maioria, que dá o direito de comandar a Braskem, não implica em investimentos onerosos. “Não há grande empresa petrolífera no mundo que não tenha envolvimento com a petroquímica, cuja valor agregado é significativo”, completa a carta.