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A Petrobrás anunciou nesta terça-feira, 26 de dezembro, um novo concurso público que promete marcar um avanço significativo na inclusão e diversidade. Com 916 vagas imediatas e 5.496 em cadastro de reserva para diversos cargos de nível técnico, o processo seletivo é acompanhado de perto pela categoria, que celebra a iniciativa muito esperada.

As inscrições para o concurso estarão abertas a partir do dia 28 de dezembro de 2023 até 31 de janeiro de 2024, e a prova objetiva está prevista para o dia 24 de março de 2024. Os candidatos devem ficar atentos aos requisitos específicos para cada área e polo, conforme detalhado no edital disponível no site da Petrobrás.

O destaque desta edição fica por conta da reserva de 20% das vagas para pessoas com deficiência (PCD), um percentual muito acima do exigido por lei, que é de 5%. Além disso, a mesma porcentagem de vagas está reservada para candidatos negros.

O presidente da estatal, Jean Paul Prates, ressalta a importância da medida: “A reserva de 20% de vagas para pessoas com deficiência é uma medida inovadora, que mostra, na prática, o comprometimento da Petrobrás com a inclusão. Acreditamos que um corpo técnico diverso nos torna não só uma companhia mais justa, como também é um elemento fundamental para impulsionarmos a inovação, nos prepararmos para o futuro de baixo carbono e para a transição energética, incorporando novas visões de mundo.”

Além das oportunidades oferecidas, a Petrobrás implementou medidas para facilitar o acesso de pessoas com deficiência, como a ampliação da validade do laudo que ateste a deficiência para 36 meses e a possibilidade de adaptações razoáveis e/ou fornecimento de tecnologias assistivas nas etapas do processo seletivo.

 

Inclusão, diversidade e indagações na região Nordeste

A celebração é acompanhada de questionamentos, especialmente por parte dos profissionais na Bahia, que foram surpreendidos pela ausência de vagas para o estado. Na região Nordeste, as oportunidades ficaram concentradas em Pernambuco, deixando outros estados da região sem representatividade no concurso, ou seja, a concentração da empresa apenas no Sudeste continua contrariando a promessa de campanha de Lula.

Diante dessa distribuição desigual, surgiram ainda suposições de que a falta de vagas na região se justifica pela volta dos trabalhadores e trabalhadoras que foram transferidos após o fechamento e privatização de unidades, a exemplo da Bahia e da Refinaria Landulpho Alves (RLAM).

A Petrobrás, ao lançar o edital, reforça seu compromisso com a inclusão e a diversidade, mas a concentração de vagas em determinadas regiões levanta dúvidas e indagações entre os interessados, principalmente na Bahia, que historicamente possui uma forte presença da empresa. E ainda mais grave: nem a oportunidade de realizar a prova na Bahia para trabalhar em Pernambuco ou em outro estado do Sudeste será permitida, tirando dos jovens baianos a oportunidade de disputar uma das vagas.

A Bahia e o Nordeste como um todo continuam discriminados, principalmente na distribuição de investimentos, e agora na exclusão do concurso. Como ser um concurso da diversidade em que os nordestinos não têm nem direito de fazer a prova em seu estado, ainda que para atuar em outra região?

Ainda assim, este concurso representa não apenas uma oportunidade para milhares de profissionais técnicos, mas também um passo significativo em direção a um ambiente de trabalho mais inclusivo e diversificado na Petrobrás. O desafio agora é garantir que essa inclusão seja efetiva e alcance todas as regiões do país.


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