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Em Salvador, trabalhadores petroleiros da ativa, aposentados e pensionistas participaram do grande ato contra as cobranças dos equacionamentos, na manhã de terça-feira (30/05), na antiga sede administrativa da Petrobrás, Torre Pituba, no Itaigara. Com cartazes, pirulitos e faixas, a categoria pediu o fim dos equacionamentos (PEDs).

Nos discursos, aposentados e pensionistas, mandaram recado ao presidente, Jean Paul Prates, solicitando que a Petrobrás, como patrocinadora e gestora da Petros, pague as dívidas para recuperar a sustentabilidade do plano e eles possam voltar a ter dignidade emocional e financeira. Em abril, a categoria começou a pagar o terceiro equacionamento, agudizando ainda mais a crise financeira pela que passam petroleiros e petroleiras.

Com contracheques zerados, aposentados e pensionistas estão recorrendo a empréstimos consignados e responsabilizam a Petrobrás e Petros por essa situação. Depois dos descontos dos equacionamentos e da Assistência Médica Supletiva (AMS) não está sobrando nem para comprar comida ou arcar com compromissos financeiros. Isso está provocando adoecimento e levando a categoria ao desespero.

A aposentada de Alagoinhas, Lindomar, fez um duro discurso contra essa política da empresa que está “enterrando” os aposentados, fazendo uma homenagem aos que adoeceram e se suicidaram, nos últimos anos devido às medidas adotadas pela Petrobrás e Petros.

A mobilização foi nacional e uniu as duas federações de petroleiros – FUP e FNP. Em Salvador, as entidades que integram o Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás, Petros e AMS participaram ativamente do ato. Integram o Fórum: ASTAPE-BA, AEPET-BA, Abraspet, Sindipetro-Ba e CEPEs.

O presidente da AEPET-BA, Marcos André, destacou os efeitos dessa unidade para a categoria “essa é a resposta da categoria quando nós em vez de produzir a divisão buscamos a unidade, em vez de produzir o desacordo procuramos o acordo, porque ele é o caminho para a solução dos problemas da categoria”, disse ele.

Marcos lembrou do sofrimento dos aposentados após as cobranças extraordinárias da Petros e da AMS e também dos trabalhadores da ativa que continuam sendo deslocados para outros estados, mesmo na nova gestão. Esses empregados que viajam sem a família estão indo e voltando todas as semanas da Bahia para a unidade de trabalho, o chamado bate volta, gerando estresse emocional e físico. Além de problemas financeiros porque devem custear as passagens aéreas. Com isso, o número de suicídios de petroleiros da ativa tem aumentado assustadoramente. Durante o ato, a AEPET-BA distribuiu fitas pretas em homenagem aos petroleiros mortos nos últimos anos.

O presidente da AEPET-BA responsabilizou a Petrobrás e a Petros por essas mortes. Convocou a categoria para lutar pela reconstrução da Petrobrás e reestatização da RLAM. “É preciso que a gente dê um brado de liberdade e continuemos mobilizados. Hoje foi o pontapé inicial dos 70 anos da Petrobrás e vamos estar aqui novamente para dizer que a Petrobrás é do povo brasileiro, dizer Petrobrás pague minha Petros e resolva o problema que criou na nossa aposentadoria”

Foram lembrados, ainda, os petroleiros que participaram da greve de 1983, que no dia 07 de julho completa 40 anos. O então presidente do Sindipetro-BA, Germino Borges, lembrou momentos marcantes do movimento, que resultou na demissão de 198 petroleiros e a luta pela anistia.

Pela reconstrução da Petrobrás na Bahia

Na Bahia, os petroleiros lutam também pelo retorno dos ativos à Petrobrás que foram privatizados pela empresa na gestão anterior. A luta é pela reestatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), vendida para o fundo árabe Mubadala, dos campos terrestres, da FAFEN-BA, das termelétricas e da abertura da sede administrativa da empresa, no Itaigara.

A diretora de Comunicação da AEPET-BA, Érika Grisi, falou do retorno dos empregados ao Torre Pituba marcado pela empresa para o dia 01 de julho.  Pediu apoio da categoria nessa luta pelo retorno de todos os trabalhadores transferidos que busca o “realinhamento com a saúde, serviço social e o RH da Petrobrás para que a situação dos transferidos se resolva rapidamente e acabar com o sofrimento desses trabalhadores”.

Estavam presentes na manifestação, petroleiros e petroleiras dos municípios de Alagoinhas, Candeias, Catu, Entre Rios, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Salvador, Santo Amaro, São Francisco do Conde, e São Sebastião do Passé. Além do deputado federal, Joseíldo Ramos (PT- BA) e a vereadora de Salvador, Marta Rodrigues (PT). Participaram ainda a presidenta da CUT Bahia, Leninha e representantes de sindicatos, associações e movimentos sociais como o MAB e o Sinttel.


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