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A trajetória da Petrobrás ao longo de 70 anos permeada por ataques, resistência e superação foi tema da Sessão Especial ocorrida no Plenário Cosme de Farias, na Câmara Municipal de Salvador, na noite de segunda-feira (11/12).

A Sessão foi transmitida pelo canal da TV Câmara de Salvador (12.3), com audiência não só na Bahia como em outros estados como Espírito Santo e Rio Grande do Norte.

A iniciativa da Sessão foi da vereadora Marta Rodrigues (PT) a pedido do Fórum em Defesa da Petrobrás, Petros e AMS. O plenário lotou com a presença de petroleiros e petroleiras, integrantes de movimentos sociais e estudantes. A professora do curso de graduação de Geologia da UFBA, Ana Vírginia de Santana, também esteve presente.

Durante o evento, depoimentos emocionantes dos petroleiros da ativa e aposentados que integraram a mesa e falaram sobre a história da Petrobrás. O então presidente do Sindipetro-BA, na greve dos petroleiros de 1983, Germino Borges dos Anjos foi homenageado. Este ano a greve fez 40 anos.

A Sessão coincidiu com o Dia do Engenheiro, por isso a Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo Bahia (AEPET-BA) rendeu homenagem ao engenheiro Pitágoras Jose Bourscheid que estava no plenário.

Os integrantes da mesa destacaram também a importância da Petrobrás para o Brasil e a Bahia. Lembraram ainda momentos marcantes da sua trajetória antes e depois do golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) e que culminou com a eleição de Jair Bolsonaro (PL) que aprofundou as políticas de austeridade fiscais e neoliberais.  Bolsonaro provocou o maior desmanche já ocorrido na indústria mundial de petróleo, com a venda de ativos importantes da Petrobrás.

Para a vereadora Marta, a história da Petrobrás é marcada pela luta dos petroleiros e petroleiras que tornaram a empresa numa gigante na área de energia. Ela exaltou a luta dos petroleiros contra o governo Bolsonaro e a privatização fatiada da Petrobrás. “A luta não foi fácil e essas entidades aqui presentes lutaram bravamente. Apesar de todos os ataques que sofreu, a Petrobrás continua sendo uma das principais agentes indutoras do desenvolvimento nacional, símbolo maior da nossa soberania e da capacidade de superação e vitória do povo brasileiro.”, disse ela emocionada.

O presidente da AEPET-BA, Marcos André, que estava na mesa, falou sobre os efeitos do projeto de destruição no estado. “A Bahia que foi o berço dessa indústria do petróleo e que a tem a sua história e sua dinâmica econômica diretamente ligada à Petrobrás, foi também o estado que mais sofreu ataques. Foi aqui que nós tínhamos um grande parque com quase todas as atividades do setor de petróleo que iam da exploração até as termelétricas, foi quase tudo destruído”, denunciou ele.

Lembrou que no dia 14 de dezembro, o poço Candeias 1 fará 82 anos e continua em produção, mas ele foi vendido. “Nós precisamos trazer de volta nesses 82 anos o poço Candeias 1. É preciso que a gente traga urgentemente a nossa Refinaria [Landulpho Alves] de volta para trazer de volta também os baianos e baianas que foram expatriados, hoje a empresa disponibiliza o retorno deles, mas com grandes perdas de direitos. É preciso trazer de volta a Fafen-BA, berço do polo petroquímico de Camaçari, e que hoje não está sob gestão da Petrobrás”, finalizou Marcos.

Durante a Sessão foram exibidos dois vídeos. Um deles em homenagem aos petroleiros e petroleiras preparado pela AEPET-BA.

Presentes na mesa, a coordenadora do Grupo Tortura Nunca Mais/BA, Sirlene Assis; o pesquisador e professor da UFBA/IFBA, Carlos Freitas; a Gerente da Unidade de Negócios da Petrobrás na Bahia, Marta Vieira Abrão; o vereador de São Francisco do Conde, Marivaldo do Amaral; o coordenador da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Silvio Ataliba; a Secretária de Finanças da CUT; Maria Cristina Brito; e o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Pelo Fórum, além de Marcos André, estava o secretário da Associação Brasileira de Anistiados Políticos do Sistema Petrobrás (Abraspet), Luciano Campos; o diretor de Esportes da Associação dos Trabalhadores, Aposentados, e Pensionistas da Petrobrás (ASTAPE), Reginaldo Barbosa; a coordenadora do Sindipetro-BA, Elizabete Sacramento; o presidente do CEPE Stella Maris, Dejair Santana e o diretor social do Clube 2004, Orlando Vieira Santana.

Um pouco de história

Criada em 03 de outubro de 1953, a Companhia nasceu das lutas populares, impulsionadas na década de 1940 pela campanha “O petróleo é nosso’”, para que o país pudesse ser uma nação desenvolvida e livre da dependência estrangeira.

Construiu o maior parque de refino da América Latina, impulsionou a indústria nacional, tornou o Brasil autossuficiente e descobriu o Pré-Sal, vencendo os desafios de extrair petróleo a 7 mil metros em águas profundas.

A Petrobrás, em 2010, era a terceira maior empresa de energia do mundo e já foi responsável por 13% do PIB brasileiro.  Com tantas conquistas em um setor tão estratégico para o mundo, a Petrobrás tornou-se alvo de muitos interesses, disputas, cobiças e ataques.

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