Compartilhe

 

Dois comunicados divulgados pela Petrobrás, nesta segunda-feira (12/06) envolveu os empregados lotados na Bahia e no Rio Grande do Norte. Apesar de tratar-se de situações diferentes, os avisos têm algo em comum: a implementação de teletrabalho excepcionalmente integral – cinco dias da semana – nos dois estados.

Na Bahia, a determinação da empresa vale para “os empregados lotados no Coworking Salvador e as equipes administrativas lotadas em Taquipe cuja atuação em base operacional não se mostre necessária”. Segundo a Petrobrás, a decisão veio por conta da necessidade de dar prosseguimento as mudanças necessárias para a reocupação da sede administrativa, Torre Pituba, no Itaigara, em Salvador, marcada para o dia 03 de julho.

Para esses empregados, o teletrabalho deverá ser implementado de imediato, ainda nesta semana.

No caso dos empregados lotados nas bases operacionais do Rio Grande do Norte, o teletrabalho integral surgiu, a partir da conclusão de venda do Polo Potiguar. Foram incluídos os empregados da companhia lotados nas bases de Mossoró, Alto do Rodrigues, Canto do Amaro, Guamaré.

Esses companheiros serão movimentados para outros imóveis “no próprio estado ou em outras regiões do país, a depender dos processos de mobilidade das áreas em curso ou decisão da Petrobrás em razão da necessidade do negócio”. Começa agora o pesadelo do processo de desmobilização para os empregados do Rio Grande do Norte. Situação já vivida na Bahia.

 

Revolta e indignação na Bahia

No estado, muita revolta e indignação com a falta de sensibilidade da Petrobrás que deixou de fora do teletrabalho petroleiros e petroleiras que estão no bate/ volta.  A AEPET-BA vem denunciando a dramática situação desses empregados (as) que estão longe das famílias e viajam duas vezes por semana para se apresentar na unidade de trabalho em outros estados.

As transferências compulsórias, principalmente, dos petroleiros (as) da região norte e nordeste que foram jogados para o sul e sudeste, causaram um transtorno muito grande e desestabilizou famílias por todo país. Recentemente, em reunião com a FUP, a nova Gerente Geral de Saúde da Petrobrás, Lilian Viterbo, reconheceu a situação.

A gerente informou que a estrutura da área da saúde da empresa foi desmontada na gestão dos governos anteriores, levando os trabalhadores da Petrobrás ao adoecimento com impacto na sua saúde mental e em toda sua estrutura familiar. Com isso, milhares de trabalhadores foram transferidos. Somente na Bahia, mais de 1200 pessoas tiveram que deixar suas rotinas familiares para irem para locais novos, longe da família e amigos.

Segundo levantamento da FUP, em maio, nos últimos cinco meses, ocorreram 16 eventos graves entre os trabalhadores da Petrobrás, com destaque para sete crises psicóticas agudas, três tentativas de suicídio e seis suicídios

Uma pesquisa divulgada AEPET-BA com os empregados transferidos mostra que 75,8% dos estão com a saúde mental bastante impactada e 32,5% com a saúde física impactada. O levantamento mostra, ainda, que 10,6% estão abalados devido ao longo período longe da família.

O levantamento nacional foi realizado pela entidade entre os dias 29 de março e 11 de abril, foram 816 respondentes. O resultado da pesquisa já está com o presidente Prates e a gerência de RH.

Saiba mais – Quase 80% dos petroleiros transferidos estão com a saúde mental impactada, mostra pesquisa da AEPET-BA

A Companhia já conhece o problema, agora precisa resolver.

A AEPET-BA encaminhou à nova gestão proposta de implementar o teletrabalho temporariamente até resolver em definitivo a situação dos empregados (as) transferidos (as). Infelizmente, não vemos vontade política da empresa em aplicar medidas que minimize o sofrimento dos transferidos.

#QuemEstáLongeTemPressa

#QueroVoltarPraCasa

#MeDeixeNaBahia


Compartilhe