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Foi infeliz a declaração do presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, afirmando que na sua gestão, está tentando “catequizar” grupos que têm visões radicais sobre o papel da estatal. Segundo ele, isso inclui gente “do nosso lado”, nas “hostes que venceram as eleições”, referindo-se a grupos ligados ao governo.

E acrescentou que os radicais da esquerda consideram “inapropriado” o que ele defende para a empresa que, como se sabe, nem sempre condiz com os anseios do mercado. “É gente que ainda acha que eu deveria tomar de volta os ativos”, afirmou. “Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Os contratos serão cumpridos e a atitude da Petrobrás será de uma empresa que atua no mercado.”

Essas afirmações foram feitas na quinta-feira (23/3) durante o evento de lançamento do Caderno FGV Energia de Gás Natural, no Rio.

A AEPET-BA ficou curioso em saber quem são esses “radicais de esquerda” que discordam da gestão do atual presidente. Será que se refere às entidades de petroleiros que o apoiam na presidência da Petrobrás? Por que até agora esses “radicais” que estariam sendo  “catequizados na igreja neoliberal privatista” continuam em silêncio?

As declarações que, na verdade, não nos surpreendem porque é da própria natureza de Prates, mostra o constrangimento de seus “catequizandos” pelo silêncio consentidor até o momento.

A AEPET-BA defende um estado laico. Entende também que após a eleição de Lula teríamos outro modelo de sociedade antiliberal com projetos de defesa dos bens do povo e da soberania energética. Um governo que investigue todos os desvios evidentes de procedimentos usados pelos governos Temer e Bolsonaro/ Guedes para privatizar ilegalmente o patrimônio público.

Aceitar as privatizações da forma como foram feitas implica muito mais que estelionato eleitoral, significa legitimar o saque dos bens do povo em traição aos interesses mais relevantes da nação. Todas as privatizações da Petrobrás foram realizadas em prejuízo da soberania energética com os ativos subavaliados, sem procedimento licitatório mínimo, sem transparência de critérios e a preço aviltante.

Independente das convicções pessoais cabe ao presidente da Petrobrás determinar as investigações das denúncias e revisar as ações judiciais impetradas pelas entidades contra a venda de ativos. Observar as ações populares e oferecer as provas dos vícios e prejuízos causados à Petrobrás, determinando que sua Assessoria Jurídica defenda os verdadeiros interesses da empresa contra as privatizações.

A Petrobrás tem um papel fundamental para o desenvolvimento do país, gerando emprego e renda para todos os brasileiros.


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