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A reconstrução do estado deverá chegar a 19 bilhões de reais e governo federal anunciou R$ 50 bi em medidas econômicas.

“Os cálculos iniciais das nossas equipes técnicas indicam que serão necessários, pelo menos, 19 bilhões de reais para reconstruir o Rio Grande do Sul. São necessários recursos para diversas áreas”, escreveu o governador Eduardo Leite (PSDB) na rede social X, antigo Twitter.

Com a devastação causada pelas intensas chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul, as autoridades e a população enfrentam muitos desafios. As perdas humanas são significativas, com o número de mortos já alcançando 155, e 94 pessoas ainda estão desaparecidas. A proporção do desastre é tanta que dois em cada dez residentes do estado foram afetados pelas tempestades, totalizando mais de 2 milhões de pessoas.

Segundo os últimos relatórios da Defesa Civil, quase 540 mil pessoas foram desalojadas devido às enchentes, e mais de 446 municípios foram direta ou indiretamente afetados pelos eventos climáticos. Em meio a esse cenário, mais de 700 abrigos foram criados para acomodar aqueles que foram obrigados a deixar suas casas, totalizando cerca de 76.884 pessoas deslocadas.

O esforço de resgate tem sido essencial, com mais de 27 mil agentes das forças de segurança, tanto federais quanto estaduais e municipais, além de civis voluntários, mobilizados para socorrer as vítimas. Essa operação envolve mais de 4,4 mil viaturas, 41 aeronaves, incluindo helicópteros e aviões, e 340 embarcações.

 

Respostas do Governo Federal

O governo Lula anunciou algumas ações para amenizar os efeitos das enchentes. A transferência financeira no valor de R$ 5.100, para famílias afetadas, será implementada de forma imediata, visando alcançar cerca de 200 mil famílias, num investimento estimado em R$ 1,2 bilhão. Esse auxílio, nomeado de “vale-reconstrução”, se destina a dar suporte àqueles que habitam áreas alagadas, enfrentaram danos materiais ou perderam acesso a serviços essenciais.

Além da transferência direta de recursos, o Governo Federal autorizou a liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no valor de até R$ 6.220, a antecipação do pagamento do Bolsa Família, a inclusão de novas famílias no programa e a antecipação do calendário do abono salarial. Somado a isso, a antecipação da restituição do Imposto de Renda e a concessão de uma carência de seis meses para o pagamento de financiamentos do Minha Casa Minha Vida são mais algumas ações emergenciais do Governo para lidar com os prejuízos enfrentados pela população gaúcha.

 

Fake News: um obstáculo adicional em tempos de crise

Em meio à desordem gerada pelo desastre, as fake news têm se proliferado, criando confusão e dificultando os esforços de ajuda à população. O ambiente de incerteza que caracteriza esses momentos de crise torna as pessoas mais vulneráveis à desinformação, e as redes sociais se tornam um terreno fértil para a disseminação de notícias falsas.

O pesquisador Fabio Malini, do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), destaca que, embora haja uma mobilização para auxiliar as vítimas da tragédia, as fake news podem minar esses esforços positivos. A disseminação de informações falsas, como a suposta retenção de caminhões com doações pelas autoridades governamentais, pode levar à hesitação na hora de fazer doações e prejudicar a confiança no processo de ajuda humanitária.

Além disso, Malini ressalta que as fake news muitas vezes são usadas para alimentar narrativas políticas e desacreditar as autoridades governamentais. Em momentos de estresse emocional, é comum que as pessoas busquem culpados e queiram responsabilizar as autoridades pelos problemas enfrentados. No entanto, a propagação de desinformação só serve para minar a confiança nas instituições e dificultar ainda mais a resposta eficaz à crise.

Para combater a disseminação de fake news, o governo federal lançou uma página dedicada ao combate à desinformação, o Brasil Contra Fake. Essa plataforma visa divulgar informações e esclarecimentos sobre desinformação relacionada às ações institucionais do governo federal e às políticas públicas que estão sendo alvo de fake news. Além disso, é importante que os cidadãos estejam atentos e denunciem qualquer informação falsa que encontrarem, seja por meio dessa plataforma ou de outros canais disponíveis.

Em tempos de crise, a disseminação de fake news representa um obstáculo que dificulta a resposta eficaz e coordenada às necessidades da população. Portanto, é fundamental que todos estejam vigilantes e busquem informações de fontes confiáveis para evitar cair em armadilhas de desinformação que podem ter consequências graves.

 

(Com informações do Brasil de Fato e da Agência Brasil)


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