Compartilhe

 

A campanha de prevenção ao suicídio, conhecido como Setembro Amarelo, tem como objetivo a valorização da vida. A campanha começou em 2003, por iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Desde então, o dia 10 é oficialmente o Dia da Prevenção ao Suicídio. A OMS observou a necessidade de desenvolver uma estratégia que abordasse o tema sem o tabu envolvido, fomentando a informação e a conscientização dos problemas de saúde mental. 

No Brasil, o movimento foi criado em 2015 pelo CVV – Centro de Valorização da Vida; CFM – Conselho Federal de Medicina; e ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo. Neste ano, o lema é “A vida é a melhor escolha!”.

De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS, em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Isso, sem contar com os casos subnotificados, em torno de mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia ou uma morte a cada 45 minutos, de acordo com o CVV.

As situações de suicídio podem ser desencadeadas por vários fatores, como: medidas opressivas e tóxicas nas relações de trabalho, desemprego crescente, problemas familiares, entre outras inúmeras causas associadas à depressão.

Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Ou seja, a maioria dos casos poderiam ter sido evitados, caso os pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade. 

A importância da campanha

Segundo dados da OMS, todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que doenças como HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. No Continente Americano, as taxas aumentaram 17% entre 2000 e 2019.

No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil). A pandemia da Covid-19 agravou os problemas de saúde mental das pessoas, especialmente entre os jovens. 

Como isso afeta a categoria petroleira?

O ambiente de trabalho costuma ser o local em que a maioria dos brasileiros passa a maior parte do seu dia. Daí a necessidade de um ambiente saudável e comprometido com o bem-estar de seus empregados. 

Mas as gestões da Petrobrás, nos últimos anos, têm provocado o adoecimento dos petroleiros, agravando o quadro de saúde mental. São situações de chantagens, ameaças, condições insalubres de trabalho, assédios e desrespeitos dos direitos dos trabalhadores. Além dos descontos abusivos e irregulares do plano de saúde AMS. 

O adoecimento mental entre os trabalhadores pode ocorrer por inúmeros motivos, tais como: clima organizacional problemático, sobrecarga de trabalho, condições insalubres e exposição aos riscos ocupacionais (físicos, químicos e biológicos), insegurança de ficar fora do mercado de trabalho, transferências, dentre outros.

Em 2021, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, foi atuada pela morte causada por suicídio, de um trabalhador ocorrido ainda no ano de 2020 – ainda sob a propriedade da Petrobrás, nas dependências da Unidade de Desoleificação a Propano (atual U-13).

Os relatórios divulgados pelos órgãos sobre a morte do trabalhador atestam que a morte foi causada pelo ambiente de insegurança, tensão e mal-estar coletivo criado pelo processo de venda da unidade, além de outras irregularidades. No total, a RLAM recebeu seis autos de infração.

Saiba mais: Morte na rlam suicidio de petroleiro foi motivado pelas condições de trabalho conclui investigação

Conheça a campanha: https://www.setembroamarelo.org.br/

(Com informações da CVV – Setembro Amarelo e OMS)


Compartilhe