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Uma empregada da área operacional lotada na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Santos (SP), tentou suicídio, no sábado (05/08). Ela não corre risco de morte e já está internada para tratamento.

A empregada foi transferida da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para a RPBC, onde começou a trabalhar no dia 01 de julho de 2022. Ela se mudou para Santos com os filhos. Há algum tempo estava com a saúde mental abalada e fazia acompanhamento psiquiátrico. Recentemente, tinha sido afastada por 10 dias.

Mesmo com esse histórico, o setor de saúde da unidade não adotou providências para ajudar a empregada.

Após esse ato extremo de tentar tirar a própria vida, soubemos que a Petrobrás decidiu transferir a empregada para a Bahia, de onde nunca deveria ter saído.

Muitos outros trabalhadores (as) transferidos de forma compulsória continuam aguardando o retorno para suas unidades de origem, situação essa que está demorando demais para ter solução. Longe de seus familiares e com a saúde mental abalada, eles (elas) acabam tomando atitudes extremas, como a de atentar contra a própria vida.

Até o início do ano, as entidades dos petroleiros registravam um suicídio por mês e muitas ocorrências graves de saúde na Petrobrás, sendo que a maioria dos casos era de trabalhadores (as) que foram transferidos (as) de forma compulsória.

Nas reuniões do GT da Petrobrás, as federações dos petroleiros, FNP e FUP, já apresentaram listas de nomes de trabalhadores (as) e várias propostas para resolver o problema das transferências compulsórias. Para os casos mais críticos, em torno de 500, já se pediu para que fiquem em teletrabalho integral, mas pouco tem sido feito para resolver o problema.

Os empregados transferidos acompanham com muita atenção as vagas criadas pela empresa na UN-BA, na Bahia, mas ainda não há prazo para que sejam efetivadas. Inclusive, alguns empregados estão sem saber direito como se dará o processo de seleção para o preenchimento dessas vagas.

Nós, da AEPET-BA, vamos continuar insistindo com o alto comando da Petrobrás para que se criem as condições e nossos colegas possam retornar o mais rápido possível.

Por isso, a entidade vai encaminhar novo ofício ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates e ao RH, solicitando providências imediatas para viabilizar o retorno dos empregados transferidos de forma compulsória que desejam retornar às cidades de origem. E reforçaremos que todos sejam colocados em teletrabalho 100%, até a disponibilização de locais de trabalho.

Para os trabalhadores do turno, que seja assegurada a ocupação das vagas no Polo Bahia Terra, que podem aumentar se primeirizar as atividades fins.

Com o intuito de pressionar a diretoria da Petrobrás, os trabalhadores (as) promoveram a campanha “Junho Cinza: Quem está longe tem pressa”. Já estamos em agosto e nada se concretizou até agora, apenas promessas. Uma espera para quem já está em sofrimento é uma eternidade. Por isso, perguntamos: quantos colegas ainda teremos de perder para que os novos gestores entendam que eles não devem reproduzir o mesmo comportamento das gestões passadas?

 

 

 


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