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Petroleiros realizaram atos pedindo responsabilização e segurança

Nas últimas duas semanas, três pessoas morreram devido a acidentes nas instalações da Petrobrás. Por conta das mortes, reuniões entre as federações dos petroleiros (FNP e FUP) e a Petrobrás, que tratariam sobre a proposta da PLR 2024 foram suspensas.

As mortes, que ocorreram em três instalações diferentes, entre os dias 05 e 08 deste mês, acendem um alerta sobre a segurança  e saúde dos trabalhadores que prestam serviço ou são contratados da empresa. O intervalo de apenas 72 horas entre os acidentes, que resultaram nas mortes de três trabalhadores, chama ainda mais atenção para a emergência do assunto.

 

Acidentes na Petrobrás

  •  No dia 05 de outubro, o corpo de Edson Lopes, que era técnico, foi encontrado no dia em que estava marcado para que ele desembarcasse. Ele morreu a bordo do FPSO Niterói, da Modec.
  • Dois dias depois, no dia 07, Rafaela Martins de Araújo, de 27 anos, morreu depois de ser atropelada por um rolo que, segundo as informações, estava sem freio. Ela era contratada da MJ2, que presta serviços à Petrobrás na base de Cabiúnas, e teve traumatismo craniano.
  • No dia seguinte, 08, Petherson Katika, trabalhador terceirizado da empresa Jomaga, que presta serviço à Petrobrás, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), faleceu.

Felizmente sem mortes, no dia 09, dia seguinte ao último acidente com vítimas, houve uma explosão na planta piloto da CENPES, onde a explosão da tampa de um reator foi registrada. Em 21 de setembro, a plataforma P-19, na Bacia de Campos, adernou e causou pânico entre os trabalhadores a bordo, a suspeita é de que o incidente tenha sido causado por uma falha no sistema de lastro. As causas estão sendo apuradas.

Diante das situações que resultaram em mortes ou causaram insegurança à integridade física dos trabalhadores, o secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Adaedson Costa, informou que solicitou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para discutir as premissas na política de saúde e segurança da Petrobrás.

Costa também afirmou que “[…]com a mudança de gestão do atual governo, ela [a Petrobrás] vem apontando investimentos em novas tecnologias, investimento em manutenção, investimento em cultura e lazer nos seus planos de negócio. O que é positivo, do ponto de vista daquilo que a gente sempre batalhou e lutou, que é a reconstrução da Petrobras, é a Petrobras voltada também aos interesses brasileiros.”

Entretanto, Adaedson Costa chama a atenção para a precarização do SMS por gestores do sistema de segurança da empresa.

“[…] o aceno na segurança é inversamente ao que ela acena com o investimento na reestruturação da Petrobrás, mesmo com a mudança de vários gestores ao longo do tempo. Do processo, a gestão do SMS continua com os mesmos protagonistas que estavam na época do governo Bolsonaro. Protagonistas esses que precarizaram toda a cultura de SMS da Petrobras.”, afirmou

Por conta das mortes houve manifestações em várias partes do Brasil, onde petroleiros se reuniram entre quinta (10) e sexta (11), em atos e atrasos do início da jornada de trabalho, pedindo responsabilização da empresa e mais segurança no Sistema Petrobrás. Foram registradas movimentações na Lubnor (CE), Refinaria Abreu e Lima e no Terminal de Suape (PE), no Edivit (ES), na Regap (MG), na Replan (Unificado SP), na Reduc (Duque de Caxias), na Refap (RS) e no Terminal de Cabiúnas, em Macaé/NF, onde houve uma morte no último dia 07.

 


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