Compartilhe

A Petrobrás direcionará sua visão mais para a exploração e produção de petróleo e gás natural em seu próximo ciclo estratégico (2025-2029) em relação ao planejamento  da última gestão, disse o atual executivo financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, à Reuters.

“Temos mais uma visão focada no ‘upstream’, cada gota de óleo, na nossa visão, ela é importante pra companhia. Obviamente, tendo viabilidade econômica. Isso é uma grande mudança em relação ao anterior”, afirmou Melgarejo.

O executivo falou sobre  a visão da atual diretoria sobre uma futura redução na produção em 2030.

“É um desconforto para a atual diretoria a gente ter essa redução a partir de 2030. O foco é tentar ter recomposição de reservas, o máximo possível, sem deixar de ter o olhar na transição energética. Mas um não pode ofuscar o outro”, disse.

Em 2020, sob a gestão Bolsonaro, a Petrobrás se desfez de 14 campos de petróleo e gás  na Bahia, chamado de Polo Recôncavo, por US$ 250 milhões. Início da retirada da estatal do estado, que culminou em um golpe mais severo no ano seguinte, com a venda da Refinaria Landulpho Alves.

 

A Petrobrás vai voltar a produzir e explorar petróleo e gás na Bahia?

Representantes da categoria dos petroleiros, Magda Chambriard, presidente da Petrobrás, se reuniram na sede da empresa no Rio de Janeiro. logo após a reunião, foi anunciada a previsão de operação de 25 sondas de produção e perfuração na Bahia até 2025, além da transferência da gerência de sondagem em terras e águas rasas (Comap – Tab – Ab), ex-CPT, do Rio Grande do Norte para a Bahia.

O governador do estado, Jerônimo Rodrigues, também esteve presente.

Em abril de 2020 a estatal havia paralisado 5 cinco sondas da UO-BA, que provocou 350 demissões diretas e indiretas.

Apesar do passo importante e positivo, é necessário que a Petrobrás retome e cumpra seu papel como estatal na Bahia, onde vendeu seus campos de petróleo e gás, durante a política de desinvestimentos que a companhia adotou durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro, desde o início do seu mandato.

A Unidade Operacional da Bahia (U)-BA) foi praticamente toda entregue à iniciativa privada. Para mensurarmos os impactos financeiros e produtivos, eram produzidos cerca de 42 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

Com essa produção, 5.500 pessoas estavam empregadas, cerca de 500 trabalhadores diretos e 5 mil terceirizados. Municípios produtores de petróleo, em que a Petrobrás atuava, sentem os impactos das privatizações dos poços. O Polo Rio Ventura, por exemplo, estava presente nos municípios de Catu, Mata de São João, Pojuca e São Sebastião do Passé e compreendia os poços terrestres Rio Pojuca, Tapiranga, Tapiranga Norte, Pedrinhas, Água Grande, Bonsucesso e Fazenda Alto das Pedras.

A produção média deste polo de janeiro a junho de 2020 foi de aproximadamente 1.050 barris de óleo por dia (bpd) e 33 mil m³/dia de gás natural.

A Petrobrás tinha papel importante na economia desses municípios, tanto relacionada ao pagamento de impostos e royalties, como em salários maiores para seus trabalhadores, injetando mais capital na economia local.


Compartilhe