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O tema será debatido no décimo primeiro bate-papo online, nesta quinta-feira, dia 13/01, a partir das 19h. Vão participar do debate, os empregados do administrativo do Torre Pituba e a diretoria da AEPET-BA. Ações individuais e coletivas também integram a pauta da reunião.

Na semana passada, 247 empregados diretos e terceirizados do setor administrativo que iniciaram as atividades presenciais estão dividindo espaços no andar do Edifício Suarez Trade, em Salvador (BA), alugado pela Petrobrás. O local oferece péssimas condições sanitárias e de trabalho.

Com casos confirmados em Salvador da nova variante ômicron, os petroleiros temem por suas vidas, pois o coworking não oferece condições sanitárias. As salas não têm renovação e circulação de ar, os banheiros não possuem exaustores e não há higienização frequente dos ambientes para diminuírem os riscos de contaminação. Tampouco há testagem de temperatura, na entrada do local.

A quantidade de banheiros é insuficiente e a higienização das salas é duvidosa. Os 247 funcionários dividem apenas seis pias para higienização das mãos. A copa só comporta uma pessoa, não tem refeitório e como não há um espaço devido para realizar as refeições, os trabalhadores contratados são obrigados a almoçar nas escadas e áreas técnicas do prédio.

Para a AEPET-BA, são muitas as irregularidades. A Petrobrás só se preocupou com o retorno presencial sem pensar nos empregados. O distanciamento social mínimo de dois metros não foi observado, posto que os empregados ficam um de frente para o outro sem qualquer barreira de proteção que impeça a transmissão por aerossóis (micropartículas de gotículas respiratórias no ar). Todas essas condições colocam os trabalhadores em um grande risco de contaminação, particularmente pela nova cepa do vírus da Covid-19, que já demonstrou ser muito mais contagiosa em relação às mutações anteriores.

Além disso, os empregados que têm filhos se expõem a levar para suas casas o vírus para aqueles que ainda não foram vacinados, como os menores de 11 anos que não tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19.

Outro agravante, são os móveis utilizados pelos trabalhadores, que não são ergonômicos, descumprindo as normas regulamentadoras.

Urge solução imediata

As péssimas condições de trabalho sofridas pelos empregados do coworking no Ed. Suarez Trade, vão de encontro às medidas aplicadas por outras estatais, como a Eletrobrás, que adotou o sistema de teletrabalho assim que perceberam o risco iminente de contaminação dos seus funcionários.

Já a Petrobrás expõe seus empregados à morte. Muitos são os funcionários que têm pais idosos e crianças na família. Isso tudo causa grande apreensão. O que seria o retorno ao trabalho tranquilo para reencontrar colegas e continuar a luta em defesa da Petrobrás, vira o medo de sempre: qual será o dia que vou levar o vírus para minha casa?

A AEPET-BA vai mobilizar os órgãos públicos: Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA), a Delegacia Regional do Trabalho e o Judiciário baiano, para que a Petrobrás ofereça um ambiente de trabalho seguro e siga as medidas de prevenção contra a Covid-19 e suas variantes.

Torre Pituba

Foi no ano passado, que a Petrobrás fechou definitivamente o prédio do Torre Pituba, localizado em Salvador, que foi encomendado à Fundação Petros para funcionar como escritório regional. Tal decisão, além de causar prejuízos à Petros, provocou a demissão de centenas de terceirizados e a transferência obrigatória dos empregados diretos para outras unidades fora da Bahia.

A AEPET-BA se manifestou publicamente contra o fechamento do Torre Pituba e a transferência dos petroleiros. Inclusive, existem várias ações judiciais em andamento contra a empresa e foi realizado um protesto, em setembro do ano passado, em frente ao prédio.

O prédio onde fica a Torre Pituba foi construído pelas construtoras Odebrecht e OAS, em regime built to suit, com recursos da Fundação Petros cujo orçamento estimado foi de quase R$ 2 bilhões. As obras foram alvo de investigação do Ministério Público Federal, na Operação Lava Jato.

Com 22 andares, 2.600 vagas de estacionamento e heliponto, a Torre Pituba foi construída para abrigar as atividades administrativas e financeiras da Petrobrás. O prazo de arrendamento do prédio seria de 30 anos, até 2046.

#TorrePitubaResiste

 


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