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Em Salvador, os empregados do administrativo do Torre Pituba que tiveram descontinuada a situação de excepcionalidade, denunciaram casos de abuso de poder por parte do RH da Petrobrás, nos últimos dias. Existe a desconfiança de que a situação se agravou depois que o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) notificou a empresa para comparecer a uma audiência telepresencial, na quarta-feira, dia 08/09, junto com os integrantes do Comitê responsável pela avaliação das excepcionalidades. 

Segundo relatam os empregados, o RH está pressionando para que seja assinado de imediato o termo do APT (Adicional Provisório de Transferência), mesmo antes das transferências, provavelmente, como indicativo de dar legalidade ao processo de desmobilização da unidade, que fica no Itaigara. Outra preocupação dos trabalhadores é o movimento interno da empresa para agilizar as transferências em uma velocidade impressionante, inclusive já para esta quarta-feira, dia 01/09. A programação inclui transferências em setembro, outubro e novembro. 

Mais uma vez, os trabalhadores são encostados na parede pelos gerentes que quando questionados optam por manter silêncio em relação aos critérios e prazos estabelecidos para as transferências. Essa falta de lisura provocou indignação entre os empregados justamente porque são pressionados a aceitar as imposições da empresa na desmobilização e fechamento do Torre Pituba.  

O acordo judicial com o MPT-BA, assinado em dezembro de 2019, garantiu aos empregados em situação de excepcionalidade permanência em Salvador por 18 meses. Mas, a Petrobrás continua sem divulgar os prazos e o formato do processo de movimentação dos empregados, gerando mais confusão e constrangimentos. Pressionados pelos gerentes, os empregados estão sendo obrigados deixar para trás o que conseguiram construir em Salvador para se aventurarem em outros estados. Em alguns casos, até a própria família. 

Essa pressão toda do RH acontece bem no meio das discussões sobre o retorno paulatino ao trabalho presencial e a suspensão do teletrabalho, que deverá acontecer ainda em outubro.

A AEPET-BA pretende denunciar, mais uma vez, a pressão do RH da Petrobrás aos procuradores do Ministério Público. A prática de assédio moral, que é uma das principais causas de adoecimento psicológico dos trabalhadores, precisa ter fim. 

Denúncia no MPT-BA

Em julho, a AEPET-BA encaminhou uma nova denúncia contra a Petrobrás ao MPT-BA por descumprimento de várias cláusulas do acordo judicial. A entidade preparou um relatório com os relatos dos empregados do Torre Pituba denunciando o assédio moral e a coação no processo de desmobilização da sede administrativa. O relatório tem quase 100 páginas.  

Na semana passada, o MPT-BA notificou a Petrobrás a participar da audiência, que devido à pandemia, será telepresencial. 

AEPET-BA solicita  audiência

Na segunda-feira, dia 30/08, a Associação manifestou ao MPT-BA interesse em participar da audiência junto à Petrobrás. A entidade alegou, no requerimento, ser parte interessada na defesa dos direitos dos associados empregados no administrativo lotados no Torre Pituba. Foi também ajuizada uma Ação Civil Pública ( 0000393-49.2021.5.05.0025) no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, em Salvador, para impedir as transferências dos petroleiros para outros estados. 

A AEPET-BA aguarda resposta do órgão público. 

Existe muita expectativa dos empregados do Torre Pituba no que se refere às ações encaminhadas pela AEPET-BA. Eles continuam unidos e mobilizados, resistindo ao fechamento da sede administrativa, em Salvador. 

#TorrePitubaResiste 


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