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A precarização no Sistema Petrobras fez novas vítimas. Dois trabalhadores morreram e um terceiro ficou ferido nesta quarta-feira (27/11) em um acidente na Transpetro no Terminal de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro.  

As vítimas foram identificadas como Herbert Félix Martins, de 21 anos, e Diego Nazareth, de 38 anos. Outro trabalhador sofreu uma fratura no pé e foi levado para um hospital. Os trabalhadores terceirizados eram da empresa Olicampo, que prestava serviço ao Terminal Marítimo Almirante Maximiano da Fonseca (Tebig).

O desastre ocorreu quando uma passarela de concreto, localizada na Estação de Tratamento de Efluente (ETE), ruiu durante uma operação de remoção de estrutura metálica.

Em resposta à tragédia, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) decidiram suspender as negociações do Programa de Reconhecimento de Desempenho (PRD) e outras agendas previstas com a Petrobras e a Petros.

As federações também convocaram um Ato Nacional em Defesa da Vida, a ser realizado na próxima sexta-feira (29/11), em todas as unidades do Sistema Petrobras, exigindo medidas imediatas para garantir a segurança dos trabalhadores.

Reiteração de negligência e exigências de ação

O acidente no Tebig expõe, mais uma vez, o sucateamento das instalações da Transpetro e a precarização das condições de trabalho. Segundo a FNP, há meses são feitas denúncias sobre a falta de efetivo, a deterioração das unidades e a ausência de segurança no trabalho em locais como o Tebig e o Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara (TABG).

O caso também ocorre pouco mais de um mês após outros acidentes fatais no Sistema Petrobras, que resultaram em quatro mortes em outubro. Esses eventos levaram à suspensão de negociações da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e à inclusão de uma pauta emergencial de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS) nas discussões.

O secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, afirmou: “Essas mortes reiteradas são inaceitáveis. É urgente que a Transpetro tome medidas para evitar que novas tragédias ocorram.” A FNP exige uma reunião emergencial com a direção da Transpetro e o RH da Petrobras para discutir soluções imediatas.

Convocação para o Ato Nacional

A FNP e a FUP convocam toda a categoria petroleira a se unir no Ato Nacional em Defesa da Vida, que ocorrerá na sexta-feira (29/11). A mobilização tem como objetivo pressionar a Petrobras a implementar condições de trabalho mais seguras e reforçar a importância de medidas preventivas para evitar novas fatalidades.

A AEPET-BA se solidariza com os familiares, amigos e colegas das vítimas do acidente na Tebig e apoia as manifestações convocadas pela FNP e FUP. É necessário que a Petrobrás reveja seus programas de SMS e exigimos mais segurança, respeito e dignidade no trabalho.

Pauta de SMS aprovada pelas federações:

Gestão de SMS conduzida por profissionais especializados;

Inclusão da FNP ou FUP nas comissões de investigação de acidentes graves;

Retorno da Comissão de Prestadores de Serviço, conforme previsto no ACT;

Recomposição e aumento dos efetivos próprios;

Melhoria nas condições de trabalho, assegurando a segurança de todos os empregados.

“Basta de mortes de trabalhadores no Sistema Petrobras! A vida precisa estar em primeiro lugar”, reforçam as federações.


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