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O documentário Petrobrás, uma história de lutas, resistência e sucesso emocionou os internautas e ganhou repercussão positiva, na noite da última quarta-feira (20/10). Participaram do lançamento do vídeo, preparado pela AEPET-BA, parlamentares, como a vereadora Marta Rodrigues (PT), petroleiros da ativa e aposentados, diretores da AEPET (da Bahia e outros estados), jornalistas, o presidente da ASTAPE-BA, Mário Eugênio, dentre muitas outras pessoas.

O evento online em homenagem aos 68 anos da Petrobrás foi transmitido pelo canal do Youtube e pela página do Facebook. Depois da exibição do vídeo com duração de mais de 24 minutos, foi realizado um debate sobre a importância da Petrobrás como empresa pública, integrada e indutora do desenvolvimento do Brasil e da Bahia. A direção do material foi dos diretores cinematográficos Rubens Shinkai e Deraldo Portella.

Participaram da discussão, o economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (IBEPS), Eric Gil; o ex-gerente geral da UN-BA, Antonio Rivas e o secretário-geral da FNP, Adaedson Costa. Os mediadores da Live foram o presidente da AEPET-BA, Marcos André, e a diretora de Comunicação da Associação, Érika Grisi.

Marcos André explicou que um dos objetivos do documentário foi mostrar a importância da Petrobrás para o Brasil e a Bahia, nesta longa trajetória histórica. Na atualidade, apesar do desmonte promovido pelo governo de Jair Bolsonaro à maior empresa de petróleo da América Latina, como é a Petrobrás, é tarefa da AEPET-BA levar uma mensagem de esperança e otimismo de que essa crise será superada pelos brasileiros com muita luta. “Nós, baianos, temos a esperança de que a mesma luta que garantiu a independência do Brasil, no 2 de julho, vai garantir também que a Petrobrás continue sendo do povo brasileiro e que o petróleo continue servindo para o desenvolvimento econômico e social de todo o Brasil”.

Luta

Contra o desmonte, os petroleiros continuam mobilizados para barrar a privatização da empresa. O secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, falou dessas mobilizações unificadas (FUP e FNP) nas unidades da Petrobrás em todo o Brasil. Na Bahia, ele lembrou do ato realizado, no dia 04/10, na Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e da qual participou a AEPET-BA, ASTAPE-BA e ABRASPET. “Ainda temos muita luta para não deixar a Petrobrás sair da Bahia, vamos continuar fazendo a luta pela defesa da maior propulsora desenvolvimentista deste país. É a esperança de manter a soberania do país”, disse ele.

Resistência

Outro debatedor, o economista Eric Gil, disse que a história da Petrobrás é de superação e resistência. Para ele, a empresa precisa resistir mais ainda para ajudar a evitar o colapso da economia que está em um momento muito delicado. Sobre a venda dos ativos, apresentou o levantamento do Observatório Social da Petrobrás, de 2015 a julho de 2021, com a correção dos valores, chega-se à cifra de R$ 231,5 bilhões em ativos privatizados pela estatal. Desses, na Bahia, são R$ 12 bilhões, incluindo a RLAM. E, como foi mostrado no documentário, é uma falácia pensar que a empresa realizou investimentos depois da venda dos ativos.

Eric elogiou o documentário, assim como defendeu a necessidade de manter a Petrobrás 100% estatal e criticou duramente a política de preços dos combustíveis da Petrobrás pela disparada dos preços do diesel, GLP e gasolina. Recente pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo), registrou que a média nacional do GLP superou os três dígitos e se for considerar o salário-mínimo, o Brasil retrocedeu ao patamar de 2008. “A gasolina a R$ 7,00 não dá, muita gente depende da gasolina para trabalhar. A Petrobrás 100% estatal e forte é fundamental para combater os altos preços dos derivados do petróleo”, disse ele.

Sucesso

O ex-gerente da UN-BA, Antonio Rivas, destacou a importância da Petrobrás para a Bahia no passado, presente e futuro. Assim como resgatou a descoberta do petróleo na Bahia, antes da criação da Petrobrás, a partir do século 19, com a tentativa de localizar o produto no município de Maraú, no sul do estado. Mencionou a descoberta do Candeias 1, primeiro poço comercial, em 1941, que no dia 14 de dezembro completará 80 anos e ainda está em produção. Abordou a importância de dois bairros de Salvador, Stiep e Petromar, na história da cidade. “É uma ironia do destino onde tudo começou hoje esteja acabando”, lamentou Rivas, sobre a saída da empresa da Bahia.

Rivas apresentou dados importantes sobre os investimentos da Petrobrás nas regiões Norte/Nordeste, no período entre 2003 e 2011, quando ocupou o cargo de gerente da UN-BA. Nesse período, em apenas um ano, a empresa investiu US$ 1,800 bilhão em todos os estados do Nordeste, e na Bahia, US$ 380 milhões/ano. Também lembrou dos investimentos em projetos culturais, ambientais e formação profissional. Inclusive, cursos de especialização de operadores e pós-graduação na área de petróleo.

Em relação ao futuro, com a proximidade das eleições em 2022 e a possibilidade de eleger um novo governo, Rivas disse que os petroleiros têm uma “missão muito espinhosa pela frente” para reverter a destruição da Petrobrás. Ele defende duas alternativas 1) Referendo revogatório, para reestatizar o que foi vendido e 2) montar uma estratégia para que que voltem para a Petrobrás as áreas desinvestidas, como E&P onshore e áreas offshore, além do refino da distribuição do gás, da petroquímica das energias renováveis.

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