O 2 de Julho, Dia da Independência do Brasil na Bahia, é mais do que uma celebração histórica. É um símbolo vivo da resistência popular, da luta contra a opressão e da defesa da soberania nacional. Nesse contexto, a AEPET-BA reafirma o compromisso com a retomada dos ativos da Petrobrás vendidos ou arrendados no estado — entre eles, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), os campos terrestres, os dutos; a modernização da Fafen-BA e da fábrica de biodiesel — como forma de reconstruir uma Petrobrás pública, integrada e a serviço do povo baiano.
Assim como em 1823, quando o povo da Bahia foi às ruas para expulsar as tropas portuguesas que insistiam em manter a dominação colonial, hoje é preciso enfrentar a nova forma de “tirania”: o monopólio privado que se instalou sobre setores estratégicos como o refino, a distribuição de combustíveis e o fornecimento de gás de cozinha.
A venda da RLAM e de outros ativos estratégicos aprofundou desigualdades regionais, resultando em combustíveis mais caros na Bahia — prejudicando a economia local e retirando dignidade das famílias mais pobres, que hoje lutam para manter o botijão de gás em casa.
É urgente recuperar o controle público e estratégico das fontes de energia e matérias-primas, que são essenciais para um novo ciclo de desenvolvimento com justiça social e sustentabilidade. A regionalização da Petrobrás é fundamental para redistribuir investimentos, gerar empregos e garantir que a Bahia volte a ter um papel relevante no cenário nacional do petróleo e gás.
A história do 2 de Julho inspira a luta atual
A celebração do 2 de Julho remonta à vitória do povo baiano contra o domínio colonial português. A guerra durou mais de 17 meses, entre 1822 e 1823, e foi decisiva para consolidar a independência do Brasil. No dia 2 de julho de 1823, Salvador amanheceu livre da presença do exército português. Desde então, a data é marcada por cortejos, rituais e homenagens aos heróis e heroínas da luta baiana.
A festa cívica começa com o cortejo da Lapinha ao Campo Grande, passando por locais históricos e conduzindo as figuras simbólicas do Caboclo e da Cabocla, que representam o povo miscigenado — negros, indígenas, brancos pobres — que formou o exército da independência.
Heroínas como Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica marcaram essa trajetória com coragem e espírito de luta. Homens como o Corneteiro Lopes e João das Botas também compõem esse imaginário de bravura que não está presente nos livros didáticos, mas vive na memória dos baianos.
O tema das comemorações este ano é “Eu sou o 2 de Julho” e reforça a identidade do povo baiano como protagonista das grandes transformações do Brasil.
É nesse mesmo sentimento de pertencimento e luta popular que a AEPET-BA conclama petroleiros, petroleiras e toda a sociedade a se unir em defesa da justiça tributária, da redução dos juros, da revogação da reforma trabalhista, da preservação do regime de partilha do petróleo, da reestatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e da reconstrução da Petrobrás na Bahia.
São muitos os desafios que exigem coragem do povo brasileiro e os baianos, como sempre, não fogem à luta. A extrema-direita golpista e privatista continua sendo uma ameaça à soberania nacional e aos avanços sociais. Trabalhadores, mulheres, negros, indígenas e toda a população seguem enfrentando uma elite colonizada, que insiste em manter privilégios que fazem do Brasil um dos países mais desiguais do mundo.
Fazer com que os mais ricos paguem impostos justos não é tarefa de um governo apenas, mas de todo um povo cansado de tanta desigualdade. Reduzir os juros extorsivos é responsabilidade coletiva de quem sonha com um país livre dos parasitas do rentismo.
Democracia é um brado que os baianos conhecem bem porque é o que diz o Hino do 2 de Julho: ‘Com tiranos não combinam brasileiros corações’. E, hoje, sua versão atualizada é clara: sem anistia para quem atenta contra a democracia e a Constituição, para parlamentares que isentam os ricos e cortam direitos dos trabalhadores e orçamento dos mais pobres.
E prisão para os racistas, homofóbicos e misóginos.
Porque “com tiranos não combinam brasileiros corações”.
Fonte histórica: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)
Acompanhe a programação oficial do 2 de Julho