O lítio tem se destacado no mercado global pelo seu valor e alto potencial. O mineral chama atenção na questão da transição energética, uma vez que suas baterias são de baixo custo e alta capacidade de armazenamento de energia, sendo fortes candidatadas para substituírem os combustíveis fósseis, e na cadeia de geração de energia renováveis
Apesar de ser um elemento comum, o lítio é encontrado de forma explorável apenas em alguns países, que estão em busca de liderar a produção do metal para deter o controle de exploração e aumentar a sua demanda. Assim, o lítio tem predominado os polos geoeconômico e geopolítico dos países.
No Brasil, a iniciativa que lançou o país na corrida global do lítio é liderada pelo governo de Minas Gerais, em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME). O lançamento mundial da Lithium Valley Brazil, ou “Vale do Lítio”, aconteceu em maio deste ano, na bolsa de valores de Nova York, Nasdaq, e marcou a entrada do Vale do Jequitinhonha, localizado no estado mineiro, no mapa global da cadeia de lítio.
Os agentes envolvidos na exploração do mineral em Minas Gerais defendem que o processo tem baixo impacto ambiental, pois não utiliza poluentes e pode ser abastecido quase 100% de energia renovável.
O “Vale do Lítio” já possui quatro projetos de exploração do mineral em andamento com mineradoras listadas na Nadaq: Sigma Lithium (Canadá), Atlas Lithium (EUA), Lithium Ionic (Canadá) e Latin Resources (Australia). Ainda assim, somente a Companhia Brasileira de Lítio (CBL) está em operação na região do Jequitinhonha.
O estado de Mina Gerais busca mudanças na regulação do estado para atrair mais investimentos na mineração do lítio. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discute o Projeto de Lei (PL) 1.992/20, do deputado Doutor Jean Freire (PT), para criação do Polo Minerário e Industrial do Lítio nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri.
A nacionalização do mineral no México e no Chile
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, assinou um decreto que declara o lítio como propriedade da nação, assegurando que a exploração do recurso será realizada exclusivamente pelo Estado. Com isso, os 235 mil hectares de reservas de lítio mexicanas passam a ser propriedade estatal.
Em cerimônia de assinatura, o presidente Obrador declarou que a nacionalização do mineral pretende “garantir que a exploração desse mineral seja em benefício dos mexicanos, não dos estrangeiros, nem da Rússia, nem da China, nem dos Estados Unidos”.
No Chile, o presidente Gabriel Boric anunciou um projeto para que a produção de lítio seja conduzida pelo Estado, por meio da Codelco (Corporación Nacional del Cobre de Chile), empresa estatal chilena de mineração que é uma das maiores produtoras de cobre do mundo, da ENAMI (Empresa Nacional de Minería), empresa chilena de mineração e metais, A exploração também terá participação do setor privado.
O presidente chileno informou que a medida tem como objetivo aumentar a riqueza do país e preparar as bases para um desenvolvimento econômico rumo a uma economia verde em nível global.
Atualmente o Chile já é o segundo maior exportador de lítio do mundo, ficando atrás somente da Austrália. Mais da metade das reservas exploráveis conhecidas ficam na América do Sul, e o país sul-americano está nessa área que ficam ao norte, no deserto de Atacama, e que também alcança a Argentina e a Bolívia, formando o chamado “triângulo de lítio”.