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A Acelen, que administra a Refinaria de Mataripe (antes Refinaria Landulpho Alves (RLAM) foi a vencedora do Prêmio PEBA, do Grupo Metrópole. A “honraria” é dada às empresas que oferecem o pior serviço aos consumidores. A votação é popular e contou com mais de 100 mil votos.

A empresa levou 23.826 votos, o que representa 22,38% do total.

Entre as concorrentes estavam a Neoenergia Coelba, a Internacional Travessias, gestora do ferry boat, a Embasa, a ViaBahia, concessionária das BRS 324 e 116, o plano de saúde HapVida, e o Planserv, assistência de saúde dos servidores estaduais, além de outras empresas citadas pelos ouvintes da Rádio Metrópole.

A população da Bahia sabe o desastre que foi a venda de uma área tão estratégica e os prejuízos para a economia. Desde que assumiu as operações da refinaria em dezembro de 2021, a empresa enfrenta denúncias de deficiência de produtividade e até risco de desabastecimento de gás de cozinha e combustíveis em toda a Bahia.

Por isso, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás – Núcleo Bahia (AEPET-BA) está na luta pela imediata retomada da refinaria para a gestão da Petrobras.

Preços mais caro de gasolina e gás de cozinha

A principal reclamação dos consumidores é o preço da gasolina e do gás de cozinha. Enquanto a Petrobrás tem mecanismos próprios para definir o quanto cobra por litro de diesel e gasolina distribuído pela estatal em outros estados, na Bahia a Acelen estabelece os valores de acordo com o mercado internacional, acompanhando as constantes oscilações no preço do barril de petróleo no mundo.

Isso faz com que os baianos estejam entre os que pagam mais caro pelo combustível em todo país.  Nesses três anos de privatização, todos os principais combustíveis tiveram preços médios maiores do que a Petrobras, com a gasolina 3,9% acima, o diesel S-10 2,1% e o GLP 16,7%.

O aumento da despesa das famílias baianas com gasolina e diesel, neste período, já chegou a R$ 1,57 bilhão. Isto equivale a 2% de todas as receitas arrecadadas pelo estado da Bahia.

Venda de um mercado estratégico para o país

A Acelen foi criada pelo fundo de investimentos dos Emirados Árabes Unidos Mubadala, para gerir a refinaria adquirida no processo de privatização do Governo Bolsonaro. Além da refinaria, a venda entregou ao fundo árabe 669km de oleodutos, que ligam a refinaria ao Complexo Petroquímico de Camaçari e ao Terminal de Madre de Deus, e outros três terminais da Bahia (Candeias, Jequié e Itabuna).

A Refinaria Landulpho Alves é a primeira refinaria da Petrobrás e a segunda maior do país em capacidade de processamento, em atividade desde 1950, antes mesmo da fundação da Petrobrás.

A Metropole explica que PEBA “é aquele serviço que passa longe de ser barato e só dá dor de cabeça ao consumidor. Não cumpre o que se compromete e ainda causa prejuízo”.

Essa reprovação do povo da Bahia, expressa no prêmio PEBA, reforça a urgência em pôr fim a esse monopólio privado estrangeiro, que em nada contribuiu para o desenvolvimento regional. Ao contrário, só aumentou as desigualdades entre as regiões do país e piorou os indicadores sociais na Bahia.

 


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