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Evento contou com o apoio da entidade que manifestou apoio ao povo palestino

O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras na Bahia (AEPET-BA), Marcos André, participou do lançamento do livro “Contra o Sionismo: Retrato de uma Doutrina Colonial e Racista” (Editora Alameda), de autoria de Breno Altman, fundador do Opera Mundi.

Estavam presentes também o vice-presidente da entidade, José Augusto Fernandes, os conselheiros Vasco dos Anjos e Marival Matos, e o assessor Jurídico, Luiz Henrique Amorim.

O evento, realizado na noite de segunda-feira (15/04), no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (SINDAE), contou com o apoio da AEPET-BA e atraiu uma grande audiência interessada em ouvir Altman. Na abertura, o petroleiro Jailton Andrade fez uma performance do Rap “Palestina Livre”.

Na palestra, Altman abordou diversos aspectos do conflito entre Palestina e Israel. Destacou os aspectos históricos do sionismo, a resistência palestina, que já dura 57 anos, e as agressões perpetradas pelo governo do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra os civis em Gaza.

Em relação ao sionismo, Altman remontou as suas origens quando no final do século XIX decidiu estabelecer um Estado judaico na Palestina como resposta ao antissemitismo, ignorando que cerca de 85% da população local consistia em árabes há séculos.

Segundo Altman, o conflito se agravou, em 07 de outubro de 2023, quando o Hamas, que dirige a Faixa de Gaza desde 2006, comandou a mais espetacular reação palestina à ocupação das terras por Israel desde 1967. A partir daí, o Netanyahu, que lidera uma coalizão de direita respondeu com o mais brutal e massivo ataque contra civis em Gaza.

Altman definiu o conflito como uma luta entre o estado colonial (Israel) e o povo colonizado (Palestina), destacando que, em seis meses de guerra, mais de 33 mil palestinos, incluindo 8 mil crianças, foram mortos.

O autor também elucidou as distinções entre judaísmo e sionismo, ressaltando como o sionismo evoluiu para uma ideologia racista, colonial e teocrática, que resultou na construção de um regime de apartheid contra os palestinos.

Altman, um herdeiro de uma tradição judaica, comunista e antissionista, ofereceu uma análise histórica, explorando as origens do movimento sionista, liderado pelo jornalista húngaro Theodor Herzl, autor do livro “O Estado Judeu”.

O governo de Israel, apoiado pelos Estados Unidos, Inglaterra e países europeus, continua a intensificar a violência em Gaza, inclusive ameaçando nações como o Irã. Para deter a agressão israelense, Altman instou à solidariedade nacional e internacional e à ruptura das relações diplomáticas com o país.

“Temos que renovar a nossa solidariedade ampla, geral e irrestrita ao povo palestino. É fundamental que os governos comecem a pressionar o governo de Israel para asfixiá-lo do ponto de vista comercial, político, diplomático e armamentista”, concluiu Altman.

Integrando a mesa de abertura, junto com outros convidados, o presidente da AEPET-BA, Marcos André, em sua intervenção, discutiu a disputa ideológica contra o avanço da extrema direita e do capitalismo, enfatizando a necessidade de apoiar os campos democráticos e populares contra o genocídio do povo palestino.

Ele lembrou a batalha travada pelos petroleiros diante da ameaça de privatização da Petrobrás, destacando a importância de reconstruir a empresa como um ato de soberania popular.

A ameaça de privatização da empresa, no Brasil e na Bahia, levou os petroleiros a enfrentarem uma dura batalha. Por isso, agora é necessário convocar a sociedade para sua reconstrução. “Reconstruir a Petrobrás não se trata de um ato de governo precisa ser um ato de soberania, retomar aquilo que foi doado do nosso patrimônio não pode ser um ato meramente de governo, precisa ser um ato soberano do povo brasileiro”, afirmou Marcos.

Além da AEPET-BA, diversas entidades estiveram representadas no evento, incluindo o Centro Cultural Islâmico da Bahia, o Comitê Baiano em Solidariedade ao Povo Palestino; sindicatos como Sindsefaz, Sindae, APUB, Sindiquímica; a FUP; partidos políticos como PCdo B, PT, PSOL, além de movimentos sociais como o Movimento Negro, Movimento contra as Barragens e o MST, entre outras.

Perseguição a Altman

Desde o início dos ataques israelenses a Gaza, Altman tem denunciado continuamente o massacre contra o povo palestino. Como resultado de suas críticas ao regime sionista de Israel, o jornalista tornou-se alvo de uma série de ações judiciais movidas por organizações sionistas, incluindo a Confederação Israelita do Brasil (Conib), que buscam censurar o escritor.

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*Fotógrafo: Argemiro Garcia


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