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Uma análise detalhada dos relatórios de igualdade salarial das três principais estatais do Brasil revelou uma disparidade gritante: homens recebem significativamente mais do que mulheres. Na Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, sete em cada dez unidades apresentam uma média salarial menor para as trabalhadoras.

Segundo os dados divulgados pela Folha de São Paulo, baseados nos relatórios das empresas, a situação é mais acentuada na Petrobrás, onde a média salarial dos homens supera a das mulheres em 84% das unidades. O Banco do Brasil vem em seguida, com 75%, e a Caixa, com 69%.

É importante ressaltar que, nas empresas estatais, ao contrário do setor privado, a entrada se dá por concurso público, com salários iniciais iguais para todos. Contudo, a diferença no rendimento se torna evidente ao longo da progressão da carreira.

Essa desigualdade salarial está presente em todos os níveis, inclusive nos cargos gerenciais, destacando uma lacuna salarial que suscita questões cruciais sobre justiça social e equidade dentro da empresa.

Atualmente, a representatividade feminina no Sistema Petrobrás estagnou em 17% desde 2012 e as petroleiras ainda recebem remunerações menores que os homens com a mesma escolaridade, segundo levantamento feito pelo Dieese.

As petroleiras precisam romper barreiras diárias para conquistar mais espaço. Mesmo com todos os entraves, desde 2002, a participação feminina em cargos de chefia no Sistema Petrobrás tem aumentado, chegando a 22% em 2024.

Análises adicionais sugerem que fatores como gênero e raça também desempenham um papel significativo nessa disparidade. Mulheres negras, em particular, enfrentam obstáculos ainda maiores no acesso a salários justos e oportunidades de progressão na empresa, evidenciando uma estrutura organizacional que ainda precisa lidar com questões de discriminação racial.

Essa desigualdade salarial não é apenas uma questão interna das empresas, mas também reflete as disparidades econômicas mais amplas presentes na sociedade brasileira. Como algumas das maiores e mais influentes empresas do país, a Petrobrás, o BB e a CEF têm o potencial de liderar pelo exemplo na promoção da equidade salarial e na criação de um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.

À medida que o debate sobre desigualdade salarial ganha mais destaque na esfera pública, é fundamental que essas empresas reavaliem suas políticas salariais e adotem medidas concretas para mitigar essas disparidades. Somente por meio de um compromisso genuíno com a igualdade de remuneração e oportunidades poderemos construir uma sociedade mais justa e equitativa para todos os brasileiros.


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