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Prestes a completar 10 anos, a Operação Lava Jato é tema de análise quanto aos seus impactos econômicos no Brasil. Estudos conduzidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), revelaram dados alarmantes sobre a extensão do impacto dessa operação no setor de petróleo e gás, construção civil e outros segmentos.

Entre os anos de 2014 e 2017, a Lava Jato resultou na destruição de 4,44 milhões de empregos, além de uma redução de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB). As maiores construtoras brasileiras, por sua vez, experimentaram uma queda vertiginosa de 85% em suas receitas ao longo de quatro anos.

O estudo conduzido pelo Dieese evidenciou que dos empregos perdidos, 2,05 milhões foram diretamente afetados pelos desdobramentos da Lava Jato, enquanto 2,39 milhões foram consequência da diminuição da renda e do consumo em setores como comércio, transporte e alimentação.

Esses números demonstram um efeito dominó na economia, refletindo na redução de investimentos tanto públicos quanto privados, estimada em R$ 172,2 bilhões entre 2014 e 2017. A construção civil foi particularmente atingida, registrando perdas de R$ 35,9 bilhões, seguida pelo comércio, extração de petróleo e gás, atividades imobiliárias e intermediação financeira.

O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, ressalta a importância de compreender o impacto em cadeia desses eventos, enfatizando que a desestruturação dos setores afetados comprometeu não apenas empregos imediatos, mas também o desenvolvimento de tecnologias e conhecimentos específicos.

No setor da construção civil, Fausto Augusto Junior destaca que o desmantelamento das grandes empreiteiras gerou danos permanentes, incluindo prejuízos de imagem e dificuldades para reconstrução. A recente suspensão de acordos de leniência da Odebrecht pode abrir caminho para uma reestruturação, mas o processo será longo e complexo.

Os especialistas concordam que a Lava Jato falhou ao não separar adequadamente a punição de executivos das atividades das empresas investigadas. O foco excessivo na exposição midiática prejudicou não apenas indivíduos, mas também as empresas e a economia como um todo.

 

Impactos na Petrobrás

Em relação à Petrobrás, a operação Lava Jato provocou mudanças significativas em sua estratégia de atuação. O professor Luiz Fernando de Paula, da UFRJ e UERJ, destaca que a empresa direcionou seus esforços para maximizar lucros a curto prazo, negligenciando investimentos em áreas como refino e tecnologia. No entanto, ainda há esperança de recuperação, especialmente com foco na diversificação das atividades e na modernização do setor.

A Operação Lava Jato e seu espetáculo midiático levaram a Petrobrás a reduzir o seu montante de investimento em 25%. Segundo cálculo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), utilizando dados da Matriz de Absorção de Investimento, cada R$ 1 bilhão investimento somente na Exploração e Produção de Petróleo impacta o PIB brasileiro em R$ 1,28 bilhão e cria mais de 26.319 mil ocupações diretas.

Ou seja, a redução dos investimentos da Petrobrás, de forma abrupta em função das denúncias da Lava Jato, custou milhões de empregos e forte contração no Produto Interno Brasileiro (PIB).

Essa é a fórmula de desmonte de um país: enfraquecer sua principal empresa estatal, líder mundial na exploração de petróleo em águas profundas; criminalizar sua política de investimento; reduzir os empregos e as encomendas nas empresas fornecedoras e, por fim, atacar um dos poucos setores econômicos nacionais com elevada produtividade e alto desenvolvimento tecnológico. Tudo isso atende aos interesses daqueles que querem um Brasil mais submisso, mas dependente e com reduzida soberania energética e econômica.

Em meio a esse cenário, o desafio agora é encontrar um equilíbrio entre justiça e preservação dos setores econômicos, evitando que a busca por responsabilização resulte em mais danos do que benefícios para o país.

Com o andamento das investigações, após 10 anos, ganhou força a acusação de uma atuação parcial e com motivação política por parte dos responsáveis pela Operação Lava Jato, principalmente após os episódios envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula Silva. Por isso, para a AEPET-BA, essa Operação não pode ser destacada pelo combate a corrupção. Acreditamos que tenha sido usada como armação política contra os interesses nacionais, em especial, para destruir a imagem da Petrobrás.

Na verdade, a Operação foi o caminho para a corrupção institucionalizada, liberal e reacionária contra a soberania e as pautas progressistas.

Nesse contexto, a Lava Jato foi uma armação contra o País, contra o povo e instrumento de luta política e por isso que todos os envolvidos que participaram dessa Operação precisam ser denunciados para que se faça Justiça e as investigações mostrem a verdadeira face da Lava Jato para que o povo conheça a verdade dos fatos.

(Com informações da Agência Brasil)


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