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Mortes, desaparecimentos e outros crimes foram cometidos pelos ex-agentes

O Ministério Público Federal entrou com uma ação na Justiça pedindo a responsabilização de 46 ex-agentes da ditadura militar. A ação busca responsabilizar civilmente os ex-agentes pelo desaparecimento e morte de pessoas contrárias ao regime militar.

Com atuação em São Paulo, os réus tinham ligação especial com o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do II Exército, no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e no Instituto Médico Legal (IML), segundo o jornal O Globo.

Investigações do MPF indicaram que os réus tiveram participação direta ou indireta em atos de violência contra 15 vítimas durante o regime. Soma-se ao pedido de responsabilização civil  requisições do mesmo tipo que o órgão já havia ajuizado, em março deste ano, contra 42 ex-agentes ligados à repressão de outras 19 pessoas.

A ação faz parte das recomendações da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que indicam que o Brasil promova medidas que reparem, responsabilizem e preservem a memória das vítimas da ditadura e elucide os casos de violência.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu, no seu governo, o desmonte de órgãos de investigação, como a extinção, em 2022, da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), que tinha como função investigar crimes cometidos durante a ditadura, isso 15 dias antes da posse do presidente Lula. O ex-presidente e também ex-capitão Bolsonaro sempre fez questão de mostrar o seu apreço à ditadura militar. Em 2016 durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o então deputado Bolsonaro (PSC-RJ) justificou o voto saudando o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão da ditadura. Em 2019 o chamou de “herói nacional” dentre outras declarações descabidas.

O MPF solicita que os citados sejam “condenados a ressarcir os danos que as práticas ilegais causaram à sociedade e as indenizações que o Estado brasileiro já pagou às famílias das vítimas, entre outras obrigações”. Caso algum ex-agente já tenha morrido, a responsabilidade recai sobre seus herdeiros que cumprirão possíveis ordens judiciais e pagamento de indenizações.

O Ministério Público Federal requereu à União e ao estado de São Paulo a execução de diversas medidas de “reparação e preservação históricas”  relacionadas às violações de direitos que aconteceram  entre 1964 e 1985.

 

Veja abaixo a lista dos 46 ex-agentes:

 Abeylard de Queiroz Orsini

Absalon Moreira Luz

Adhemar Augusto de Oliveira

Alcides Cintra Bueno Filho

Aloysio Fernandes

Antonio Chiari

Antonio Valentini

Ary Borges dos Santos

Astorige Correa de Paula e Silva

Benoni de Arruda Albernaz

Carlos Alberto Augusto

Carlos Alberto Brilhante Ustra

Cypriano Oswaldo Monaco

Decio Brandão Camargo

Dirceu Antonio

Durval Ayrton Moura de Araujo

Erar de Campos Vasconcelos

Ernesto Milton Dias

Harry Shibata

Humberto de Souza Melo

Irany Novah Morais

Ivahir Freitas Garcia

João Carlos Tralli

João Pagenotto

João Ricardo Bernardo Figueiredo

José Carlos Campos Correa Filho

José Geraldo Ciscato

Josecyr Cuoco

Mario Santalucia

Maurício José de Freitas

Nelson da Silva Machado Guimarães

Octavio D’Andrea

Orlando José Bastos Brandão

Oswaldo Machado de Oliveira

Paulo Augusto de Queiroz Rocha

Pérsio José Ribeiro Carneiro

Raul Nogueira de Lima

Renato D’Andrea

Roberto Quass

Rubens Cardoso de Mello Tucunduva

Ruy Barboza Marques

Salvio Fernandes do Monte

Sérgio Paranhos Fleury

Sylvio Pereira Machado

Waldir Coelho

Walter Francisco

 


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