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Instaurado por funcionários de alto escalão da Petrobrás, o processo contra o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, foi encerrado pela empresa. O petroleiro foi denunciado após críticas a executivos da empresa nas redes sociais. O comitê de ética da companhia fez a ação com base em queixas de funcionários do seu alto escalão, cujos nomes não foram revelados.

“Informamos que foi encerrado o procedimento de apuração conduzido pela gerência executiva de integridade corporativa (INC)”, diz o comunicado da Petrobras, ressaltando que não foram identificadas não conformidades.

Para Bacelar, o encerramento da ação representa a vitória da liberdade e autonomia sindical. Além disso, informou que vai manter o processo administrativo que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) abriu junto à Petrobrás para que a empresa investigue conduta antiética de funcionários de alto escalão, que vazaram informações à imprensa de um processo que, por sua natureza, deveria correr em sigilo. É importante ressaltar que tal investigação sequer chegou ao conhecimento do coordenador da FUP, que também não recebeu nenhuma notificação.

“A atitude de vazamento violou o código de ética da companhia e demonstrou a existência de setores informais de informação paralela na empresa, tal como era comum no governo anterior”, explicou o dirigente da FUP.

O processo contra Deyvid Bacelar veio à tona em matéria publicada em 29 de fevereiro, no blog da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo. A divulgação pública à imprensa de informações sobre o processo antes mesmo da notificação oficial ao interessado preocupou a categoria petroleira.

A AEPET-BA pergunta, na verdade, qual é a razão por trás desse processo? Foi uma forma de pressão dos gestores bolsonaristas que ainda hoje são gerentes?

Se foi isso, é absurdo que gestores, que colaboraram e facilitaram a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, ao invés de serem investigados para apurar suas condutas anteriores, tenham abertura para intimidar quem luta pela retomada da Refinaria. Quem defendeu e continua defendendo a destruição da Petrobrás é incompatível com essa gestão.

A Associação continuará reivindicando a investigação de atos irregulares na Petrobrás, durante o governo Bolsonaro, e cobrar responsabilidades dos gestores da empresa. Não se trata de caça às bruxas, como disse Prates, trata-se de fazer justiça, inclusive com os empregados e empregadas que ainda hoje continuam a sofrer perseguição, e com a própria empresa que foi quase destruída com a colaboração desses que hoje tentam intimidar não apenas ao coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, mas quem luta pela reconstrução da Petrobrás. Não vamos nos calar.


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