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A Petrobrás divulgou na terça-feira (04/06) uma consulta pública para identificar locatários interessados em alugar o imóvel na Torre Pituba, localizado na Avenida ACM, no bairro da Pituba, em Salvador.

O chamamento causou preocupação para quem defende a reconstrução da Petrobrás, na Bahia, como a AEPET-BA. A entidade pondera que ao alugar para outras empresas, mesmo sendo públicas, a Petrobrás inviabiliza a possibilidade de mais investimentos e empregos para a Bahia.

A Torre Pituba foi construída para ser a sede da Petrobrás no Norte/Nordeste. A proposta era reunir em um único lugar, unidades espalhadas em mais de oito localidades em Salvador, a exemplo, do Civil Business, na Av. Magalhães Neto; Civil Trade, na Av. Tancredo Neves; o PAF II/UFBA, em Ondina; Cidade Jardim; Tricenter (Tropical, Pituba e Max center), além de salas alugadas em vários outros prédios nas proximidades do Conjunto Pituba, no Itaigara.

“A Petrobrás precisa reocupar não só a Torre Pituba, mas outros prédios que ficam no entorno, acomodando mais empregados. Quando foi fechado, em 2019, trabalhavam no local cerca de 2.000 funcionários, entre efetivos e terceirizados. Além disso, é necessário ter mais investimentos para a Bahia, gerando emprego e renda para o estado e reconstruindo os ativos destruídos pelos governos Temer e Bolsonaro”, afirma o presidente da AEPET-BA, Marcos André.

A reabertura da Torre Pituba, em julho do ano passado, foi resultado da luta incansável dos petroleiros e da entidade. Na atualidade, cerca de 1000 empregados das áreas administrativas já estão trabalhando na unidade. Mas, ainda precisam retornar mais empregados transferidos involuntariamente para outros estados após o fechamento da Torre Pituba.

Além disso, grande parte dos trabalhadores terceirizados está, ainda, em teletrabalho integral, cinco dias por semana.

Uma das bandeiras da AEPET-BA é a reconstrução da empresa, na Bahia, com o retorno da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), da FAFEN-BA, da Transpetro, de campos terrestres e outras unidades vendidas durante o governo Bolsonaro.

 

Torre Pituba foi erguida com recursos da Petros

A Torre Pituba foi construída pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, a obra teve o orçamento é estimado em R$ 1 bilhão. O prédio tem 22 andares, com direito a heliponto, e foi erguida em contrato de locação firmado em 2010 entre Petrobras e Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Companhia.

O prédio foi erguido com os recursos dos planos Petros 1 (repactuados e não repactuados) e Petros 2, e alugado à Petrobrás por 30 anos, garantindo o retorno do investimento feito pelo fundo de pensão e o cumprimento da meta atuarial dos respectivos planos.

A operação se deu na modalidade “built to suit”, quando o locador constrói um imóvel personalizado de acordo com as necessidades do inquilino, e a construção foi alvo da Operação Lava Jato por suspeitas de corrupção. A inauguração ocorreu em 2015.

O contrato, que vence em 2045, prevê o retorno integral do investimento na construção do prédio, independentemente de uma saída antecipada. Mas, durante o governo Bolsonaro, que deu início ao desmonte da Petrobrás na Bahia, fechando o Torre Pituba, inviabilizou o contrato. Mesmo com o prédio desocupado, a Petrobrás teve que continuar pagando à Petros o valor mensal do aluguel de R$ 6,8 milhões, com correção anual pelo Índice Nacional da Construção Civil.


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