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Mobilização foi em frente ao Conjunto Pituba, em Salvador

Trabalhadores petroleiros da ativa, aposentados e pensionistas participaram da mobilização, na manhã desta quarta-feira (29/03), em frente ao prédio Torre Pituba, no Itaigara, em Salvador. Integrantes do Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás, Petros e AMS também estavam presentes.

O Fórum é formado pela AEPET-BA, ASTAPE-BA, Abraspet e Sindipetro-BA.

O ato foi convocado em nível nacional, mas apenas a Bahia e Rio de Janeiro tiveram protestos simultâneos contra as decisões do Conselho de Administração da Petrobrás e Conselho Deliberativo da Petros, que estavam reunidos nesta quarta-feira. Também foi empossada a nova gestão da empresa.

Os petroleiros reivindicam a suspensão do processo de privatização da empresa, um dos pontos debatidos na reunião do CD. Devido à pressão dos trabalhadores, o conselho acatou pedido formal do Ministério de Minas e Energia para suspender imediatamente o processo de venda de 38 ativos da estatal. Outros seis ativos que já estavam com o contrato de venda seguirão com a privatização.

Todos os demais contratos ainda não assinados ou com negociações adiantadas serão devolvidos para “reavaliação” da diretoria executiva.

O ato também foi organizado para se posicionar contra os equacionamentos do fundo de pensão Petros (PEDs), que por conta dos constantes déficits, os trabalhadores acabam assumindo com as contribuições extraordinárias. Em abril, os participantes do PPSP-Repactuados terão de pagar um novo equacionamento.

A Petros e os descontos abusivos na AMS (Assistência Médica Supletiva) estão empobrecendo a categoria, especialmente, os aposentados. Por conta desses descontos, eles estão recebendo os contracheques zerados. Nos últimos dois anos, segundo os trabalhadores, cerca de 30 aposentados se suicidaram após acumularem dívidas.

Petroleiros adoecidos

Participaram do ato diretores e associados da AEPET-BA. Na na sua intervenção, a diretora de Comunicação da AEPET-BA, Érika Rebello Grisi, denunciou a situação insustentável dos petroleiros que foram transferidos de seus estados de origem para outras unidades da federação, após o processo de privatização das unidades da Petrobrás. Devido ao trabalho presencial, esses empregados devem viajar uma vez por semana, saindo das suas residências para o local de trabalho, no chamado bate-volta.

Segundo Erika, é grande o número de trabalhadores afastados por motivos de saúde devido ao desgaste emocional e físico por conta dessa situação. Além de ter mais despesas com as viagens semanais. Lembrou ainda que os aposentados e pensionistas também estão passando por momentos difíceis com as cobranças dos equacionamentos e da AMS. Isso também está provocando o adoecimento mental da categoria.

Veja aqui o vídeo de Érika Grisi

Unidade da categoria

O presidente da AEPET-BA, Marcos André, cobrou a construção da unidade da categoria e de suas entidades representativas em todo o país e na Bahia o compromisso de fortalecer o Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás, Petros e AMS.

Para ele, os petroleiros terão de continuar permanentemente mobilizados para reconstruir a Petrobrás no Brasil e na Bahia e lutar pelos direitos trabalhistas ameaçados. “Não podemos aceitar qualquer situação que não seja uma resolução permanente para a AMS. Temos a Petros escorchando os aposentados e pensionistas, mas também temos uma AMS que não é mais da Petrobrás, é uma associação, queremos a nossa AMS de volta, nada de APS, não participamos dessa associação e a AMS deve voltar a ser responsabilidade do RH da Petrobrás”, disse ele.

Criticou os dirigentes sindicais que concordam com a decisão do Conselho Deliberativo e do presidente Prates de não retomar os ativos da empresa já vendidos, em especial, na Bahia. Marcos pediu a categoria para resistir contra essa decisão e lutar para ter de volta a Refinaria Landulho Alves (RLAM), os campos terrestres, a FAFEN-BA, Transpetro, Cofip, Universidade Petrobrás.

“A reconstrução da Petrobrás passa pela reconstrução da Petrobrás na Bahia e para isso não podemos abandonar os companheiros que estão pagando passagens aéreas para trabalhar no Rio de Janeiro em coworking”

E finalizou “A categoria é uma só, o tsunami destrutivo é um só e, portanto, precisamos unir a categoria porque quando conseguimos solução para um e não para o outro dividimos os trabalhadores. É o mesmo dizer que o que foi privatizado fica privatizado porque daqui para frente não vai privatizar mais. Não, não vai privatizar mais nada e o que foi privatizado vamos tomar de volta, vamos reconstruir a nossa UP (Universidade Petrobrás), vamos reabrir o Cofip, vamos encher o Conjunto Pituba de trabalhadores para juntos reconstruirmos a Petrobrás no Brasil e na Bahia”

Assista aqui o vídeo de Marcos André

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