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A mobilização reuniu petroleiros e petroleiras, ativos, aposentados e pensionistas, em frente à sede administrativa da Petrobrás, em Salvador, no Edifício Torre Pituba, na manhã desta quarta-feira (23/08).

Portando vários cartazes e faixas, os aposentados e pensionistas, maioria na manifestação, denunciavam as dificuldades enfrentadas em virtude das contribuições extraordinárias elevadas e injustas, que levam a categoria a situações extremas de saúde, como depressão e até mesmo suicídio. O descontentamento é claro: nos contracheques, os descontos têm sido exorbitantes, gerando um impacto severo nas finanças pessoais dos aposentados.

Havia também cartazes com mensagens de incentivo, como “Você pode tudo, menos parar de lutar”, que mostra a determinação da categoria em continuar mobilizada.

Além dos aposentados, a mobilização também contou com a presença de petroleiros e petroleiras da ativa, alguns deles já trabalhando no Torre Pituba, cuja reativação em julho deste ano foi atribuída, em parte, à luta da Associação dos Engenheiros da Petrobrás na Bahia (AEPET-BA).

O foco da manifestação estava na Petrobrás, que possui uma dívida de cerca de R$ 20 bilhões com a Fundação Petros. Os manifestantes buscam pressionar a empresa a assumir sua responsabilidade no equacionamento dos déficits, bem como a aumentar a representação dos trabalhadores na diretoria da Petros. A luta é motivada não apenas pela situação financeira precária enfrentada pelos aposentados, mas também pela necessidade de mudanças na gestão da fundação.

A categoria de petroleiros tem defendido vigorosamente alterações na administração do fundo de pensão, incluindo a reivindicação de que metade da diretoria seja eleita pelos trabalhadores. Atualmente, a gestão é baseada somente em indicações. A Petros, sendo o segundo maior fundo de pensão do país, tem enfrentado problemas de gestão que têm afetado diretamente os assistidos, resultando em dificuldades no acesso à aposentadoria e redução de benefícios. Os Programas de Equacionamento de Déficit (PEDs) têm sido motivo de insegurança financeira dos aposentados e pensionistas.

O presidente da AEPET-BA, Marcos André, presente no ato falou sobre os efeitos do processo de destruição da Petrobrás na Petros e responsabilizou os gestores da companhia que decidiram investir os recursos que levaram ao rombo bilionário no patrimônio do fundo. “É ela que tem de pagar. Não fomos nós [trabalhadores] que cometemos erro algum, porque honestamente todos os meses pagamos a nossa contribuição com a Petros, portanto, a única solução é continuarmos na mobilização para que a Petrobrás assuma suas responsabilidades junto a Petros”, conclamou Marcos André.

A diretora de Comunicação da entidade, Érika Grisi, também fez uma saudação e parabenizou os presentes à mobilização.

O ato foi nacional e unificado das duas federações (FNP e FUP), além das demais entidades como Fenaspe, Federação dos clubes e AEPET. No Rio de Janeiro, os petroleiros e petroleiras se reuniram no Edifício Edisen para demonstrar sua determinação na busca por melhores condições de aposentadoria e equidade na gestão da Petros.

Na Bahia, a mobilização – que foi organizada pelo Fórum Baiano em Defesa da Petrobrás, Petros e AMS, do qual fazem parte a AEPET-BA o Sindipetro Bahia, Astape, Abraspet e Cepes – reuniu assistidos e também participantes do fundo de pensão das cidades de Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé, São Francisco do Conde, Feira de Santana, Serrinha, Madre de Deus, Candeias, Pojuca, Mata de São João, Santo Amaro e Salvador.

Importancia da mobilização

Só a unidade da categoria pode encontrar a melhor solução para os graves problemas que a Petrobrás colocou a Petros. Os trabalhadores fizeram sua parte, contribuindo, por todo o tempo de sua vida laboral, para ter direito a uma aposentadoria com dignidade. Passaram a vida contribuindo com 8% de sua renda bruta para o INSS e até 14% de tudo que recebiam para a Petros.

Não é justo que a Petrobrás, que sempre geriu a fundação, não honre esse contrato pagando suas dívidas e assumindo a responsabilidade objetiva pelo que os seus gerentes, nesta condição, fizeram.

Não podemos perder a esperança na luta conciente e organizada. Nada cairá do céu, mas unidos podemos lutar mais e melhor para evitar soluções mágicas como repactuações e migrações de planos. A PETROS É DOS SEUS PARTICIPANTES E ASSISTIDOS E DÍVIDA É DA PETROBRÁS.

Reconstruir a Petrobrás e reconquistar direitos.

 


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