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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as privatizações que aconteceram durante a gestão de Jair Bolsonaro e suas tentativas de desmontar a Petrobrás. As declarações aconteceram durante a cerimônia de anúncio do início das obras de dragagem do Canal de São Lourenço, em Niterói (RJ), na terça-feira (02/04)

Lula destacou que o governo anterior não teve coragem de privatizar a Petrobrás diretamente por precisar passar pelo Congresso, “então começaram a vender ativos, como venderam o gasoduto, a BR e uma empresa de gás que a gente tinha, porque o objetivo era desmontar o sistema produtivo da Petrobras”, afirmou, ressaltando que o governo federal agora está tentando recuperar a companhia e a indústria brasileira, incluindo a naval.

O presidente lembrou que, graças aos investimentos em tecnologia, o governo descobriu o pré-sal em 2007, tornando a Petrobrás “a empresa mais preparada para extrair petróleo em águas profundas”. Lula também recordou que, em 2003, o governo estabeleceu a meta de que 70% dos navios brasileiros e componentes seriam produzidos nacionalmente.

 

Geração de empregos e obras em Niterói

Na cerimônia, Lula tornou a defender a retomada dos investimentos na indústria naval brasileira como forma de alavancar a economia e gerar empregos e tecnologia no Brasil. Ele lembrou que durante seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010, o setor saltou de 3 mil empregos para 86 mil, com a reabertura de estaleiros nos estados do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Pernambuco.

“Quero que vocês tenham certeza que a gente vai recuperar a indústria naval brasileira, porque não é possível um país do tamanho do Brasil, (onde) 90% de todo o comércio é feito através do mar, não tem sentido a gente ter déficit comercial na balança, por conta de que nossos produtos são exportados e comprados em navio de bandeira estrangeira”, afirmou Lula.

Quanto à geração de empregos, o presidente da República reafirmou o compromisso de criar oportunidades através da recuperação da indústria naval e ressaltou que “se a gente alugar navio lá fora, não vamos gerar empregos aqui”.

Na Bahia, as obras do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, na região do recôncavo, que estão paradas, foi responsável pela contratação de cinco mil empregos diretos. Já o estaleiro de São Roque do Paraguaçu, em Cruz das Almas, de propriedade da Petrobrás, também aguarda investimentos para sua revitalização.

O presidente Lula falou sobre os compromissos assumidos em campanha e expressou seu desejo de terminar seu mandato com a cabeça erguida, assim como terminou em 2010, com a geração de empregos e renda.

Com as obras em Niterói, a dragagem do trecho da Baía de Guanabara aumentará a profundidade do local de 7 para 11 metros. A obra, que custa R$ 157 milhões, tem investimentos provenientes da Prefeitura de Niterói e da Companhia Docas do Rio de Janeiro.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, destacou que a obra permitirá o aumento da capacidade operacional dos estaleiros, estimulará novas construções de embarcações e impulsionará os setores offshore e de reparos. Grael afirmou que a cidade espera retomar o protagonismo que já teve na indústria naval, gerando empregos diretos e indiretos.

Após a conclusão da dragagem do Canal de São Lourenço, espera-se que o terminal se torne um entreposto de pesca, beneficiando ainda mais o setor marítimo.


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