Resultado da forte mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras do setor administrativo, a Petrobrás finalmente agendou uma reunião para discutir o regime de teletrabalho. O encontro com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) ocorrerá nesta terça-feira (11/03), às 9h30, no edifício-sede da empresa (Edisen), no centro do Rio de Janeiro.
No mesmo dia, às 15h, a empresa também se reunirá com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos. Além do teletrabalho, a reunião tratará do acompanhamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2024/2025.
Mobilização intensa contra a redução do home office
A convocação dessas reuniões ocorre após quase dois meses de intensa mobilização contra a decisão unilateral da direção da Petrobrás de ampliar a obrigatoriedade do trabalho presencial. Desde janeiro, a FNP e seus sindicatos vêm promovendo atos e manifestações contra a medida, anunciada via comunicado interno, que estabelece que, a partir de abril, os empregados administrativos deverão comparecer presencialmente três vezes por semana, reduzindo o home office para apenas dois dias.
Sob o lema “Teletrabalho: nem um passo atrás”, a categoria aprovou estado de greve e mobilização permanente para barrar essa decisão.
Na Bahia, a AEPET-BA tem desempenhado um papel ativo nas mobilizações realizadas no prédio do Torre Pituba. As atividades vêm se intensificando desde fevereiro, reforçando a resistência da categoria contra o retrocesso nas condições de trabalho.
Além da regulamentação do teletrabalho, que garante previsibilidade e segurança a todos os trabalhadores, é fundamental considerar o impacto sobre as trabalhadoras, que serão as mais prejudicadas com as alterações impostas pela Petrobrás. A desigualdade de gênero impõe às mulheres a maior parte das responsabilidades com o cuidado da família – crianças e idosos –, resultando em jornadas duplas ou até triplas de trabalho.
Defendemos a imediata abertura de negociações para a redução da jornada sem diminuição de salários e direitos, com a implantação do regime administrativo 4×3 (quatro dias de trabalho e três de repouso remunerado). Além disso, reivindicamos a adequação das jornadas em regimes de turnos e embarques, garantindo compatibilidade com uma carga horária semanal de 30 horas.
Outras reivindicações
A FNP defende um modelo de trabalho híbrido mais flexível e alinhado às necessidades dos trabalhadores. Entre as principais reivindicações, estão:
- Inclusão do teletrabalho no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT);
- Flexibilização da jornada, permitindo a concentração dos dias presenciais ao longo do mês;
- Direito de trabalhar em locais distintos da residência oficial do empregado;
- Manutenção do teletrabalho para pais com filhos de até 36 meses.
A abertura das negociações representa um avanço, mas a categoria segue mobilizada e vigilante. Os trabalhadores reforçam a necessidade de garantir, de forma definitiva, um regime de teletrabalho justo e negociado.
TELETRABALHO: NEM UM PASSO ATRÁS!
(Com informações da FNP)