Falta muito pouco para que a Petrobrás retome o controle da Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, privatizada em 2021 sob o governo Bolsonaro. Segundo fontes, após meses de negociação, a empresa e o fundo árabe Mubadala Capital já concluíram as discussões, no entanto, o impasse está relacionado ao preço pedido pela refinaria.
Com os trabalhos concluídos pela Petrobrás de due diligence, um tipo de estudo que analisa riscos ao comprar uma empresa, a expectativa agora é que o processo de recompra da refinaria seja anunciado em breve, devolvendo o controle da segunda maior refinaria de combustíveis fósseis do país, com capacidade de 377 mil barris/dia, à Petrobrás.
Neste momento, afirmam fontes que acompanham as negociações, o impasse é acerca do valor que a refinaria será revendida, isso porque a Acelen, empresa que gere a refinaria, afirma ter feito investimentos para melhorias.
A venda da antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em dezembro de 2021, por 1,65 bilhão de dólares, gerou bastante suspeitas após relatórios apontarem que a refinaria valia muito mais o dobro, constatado por uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU), neste ano.
Na auditoria realizada pela CGU, o órgão apontou que “a Petrobrás assumiu o risco ao continuar o processo de venda” naquele contexto de pandemia de COVID-19, quando o barril de petróleo estava desvalorizado no mercado mundial.
Hoje, por conta dessa privatização, o povo baiano paga mais caro em combustíveis que o resto do Brasil, mesmo com os recentes aumentos feitos pela Petrobrás. Por exemplo, o preço médio do botijão de gás (GLP), 13kg, comercializado pela estatal está em cerca de R$ 103,00, já o comercializado pela Acelen está em cerca de R$ 125,00.
O governo Bolsonaro cometeu crime de lesa pátria quando vendeu a RLAM. A AEPET-BA sempre se posicionou contra sua venda e desde então não mediu esforços na luta pela reestatização. Hoje, a Refinaria por estar em mãos da iniciativa privada condiciona os baianos a pagar os combustíveis mais caros que o resto do Brasil. A entidade vê com animação a conclusão das negociações para devolver ao povo baiano a Refinaria Landulpho Alves.