Em um dia histórico para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás na Bahia, uma assembleia geral realizada no edifício Torre Pituba, nesta quinta-feira (30), deliberou pela deflagração do estado de greve. O motivo é uma série de mudanças no regime de teletrabalho impostas pela Petrobrás, que alterou as regras de maneira unilateral, sem nenhum tipo de diálogo com os trabalhadores.
“Unida à decisão dos trabalhadores, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo Bahia defende a revogação imediata da decisão da Petrobrás de reduzir o teletrabalho e a abertura de negociação com as duas federações e seus sindicatos”, destaca Marcos André, presidente da AEPET-BA.
A categoria pode, agora, entrar em greve a qualquer momento, respeitando os ritos legais. Os trabalhadores da Petrobrás na Bahia também aprovaram um estado de assembleia permanente e, por sugestão de Marcos André, foi criada uma comissão interna de organização e mobilizações constantes no local de trabalho.
Um novo ato acontecerá nesta terça-feira, 04, com atrasos, das 6h às 10h da manhã, com fechamento de todos os acessos ao prédio sede, em Salvador.
A votação foi unânime, com o voto a favor do estado de greve dos 120 presentes. Não houve votos contrários ou abstenções.
“A decisão unânime dos trabalhadores pelo estado de greve demonstra que a categoria está unida e mobilizada em defesa do direito conquistado ao teletrabalho, que não pode ser reduzido de forma arbitrária, sem diálogo. Precisamos, ao contrário, avançar para a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e direitos”, pontua Marcos André.
Assim que a Petrobrás anunciou as mudanças no regime de teletrabalho, petroleiros e petroleiras de todo o país se levantaram contra a medida autoritária. Na Bahia, a categoria já fez dois atos no Torre Pituba, encontros online, além de um ato setorial em Taquipe nesta quarta-feira (29).
Os trabalhadores da Petrobrás do Rio de Janeiro e do Espírito Santo também já deflagraram estado de greve, enquanto outras bases já têm assembleias marcadas nos próximos dias. A categoria segue toda mobilizada para pressionar a Petrobrás à revogação imediata das mudanças e abertura de diálogo.
“A direção da empresa, em uma lamentável postura, se recusou a estar presente na reunião de negociação agendada para o dia 30 com as duas federações que representam a categoria nacionalmente. A mobilização continuará, nenhum passo atrás por nossos direitos”, afirma o presidente da AEPET-BA.