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Mais uma vez a Petrobrás sofre um ataque dos seus inimigos, que existem desde antes da sua criação.

Na época da Campanha do “Petróleo É Nosso” os argumentos eram de que o monopólio do Estado geraria ineficiência e que sem nos associarmos às multinacionais não teríamos condição de explorar o petróleo.

O tempo passou, a Petrobrás monopolista se tornou esse bem sucedido gigante nacional que alavancou e induziu o crescimento do País, chegando a ter mais de 3 mil fornecedores nacionais no seu cadastro, contribuindo decisivamente para o nosso desenvolvimento tecnológico.

Quebrado o monopólio e após descobrir o Pré-Sal onde os concorrentes internacionais então permitidos não tinham achado nada, a Petrobrás enfrenta hoje talvez seu pior ataque, que parte do seu próprio sócio controlador, o atual (des)Governo, que rendendo-se aos interesses dos acionistas privados, na maioria estrangeiros, escorcham a população, produzindo óleo por menos de US$11/barril e vendendo combustíveis e gás de cozinha à população cotando o barril a mais de US$80, no chamado PPI, Preço de Paridade de Importação.

Assim, ao mesmo tempo em que a população é explorada desnecessariamente, apenas para aumentar os dividendos pagos, cria-se a imagem da Petrobrás como inimiga, procurando justificar o objetivo final que é  a sua privatização, como se as empresas privadas, essas sim, não buscassem no sistema capitalista os maiores lucros possíveis, sem a menor preocupação com o eventual sacrifício dos seus consumidores.

E frente a essa situação como se sentem os Petroleiros que construíram do nada essa Companhia?

Sim, no início da sua criação a Petrobrás contou com o pessoal egresso do então Conselho Nacional do Petróleo e começou a formação dos especialistas então inexistentes, no que virou uma característica fundamental para o seu crescimento e sucesso: a formação e treinamento permanente do seu pessoal.

A própria instituição dos Cursos de Geociências nas Universidades brasileiras veio após a criação da Petrobrás  que foi uma das suas grandes incentivadoras, o que já na origem criou o vínculo que ao longo do tempo se estreitaria cada vez mais, tornando a Universidade brasileira, não só na área de Geociências, um grande celeiro fornecedor de mão de obra de ótima qualidade.

Nesse aspecto deve ser destacada a forma de seleção de pessoal da Petrobrás que assim como no Serviço Público sempre foi feita por Concurso Público, o que pode ser considerado como uma eleição por competência.

Assim como as Universidades forneciam o pessoal de nível superior, as Escolas Técnicas supriam os técnicos de nível médio, formando um quadro de pessoal técnico de altíssima qualidade que, como já dito, tinha uma formação permanente durante todo o seu período laboral na Companhia.

Criava-se desse modo um círculo virtuoso nos recursos humanos da Petrobrás, que por terem através da luta dos trabalhadores e seus Sindicatos conquistado a estabilidade no emprego, entravam, na sua maioria, jovens recém saídos dos bancos escolares, trazendo o conhecimento de ponta e a força da juventude e encontravam seus pares mais experientes, que lhes repassavam não só a experiência que lhes faltava como o orgulho de contribuir para o crescimento de uma Companhia que é até hoje a maior prova da capacidade de realização do povo brasileiro.

O espírito de corpo que se formou desse modo resultou no desenvolvimento de uma Companhia criativa e vitoriosa, o que é demonstrado pela quantidade de prêmios internacionais conquistados, entre eles, por quatro vezes o considerado como o Oscar da indústria petrolífera offshore mundial o “OTC Distinguised Achievement Award”.

É esse passado de luta e sucesso que move hoje tanto os Petroleiros da Ativa quanto os Aposentados na defesa cerrada da Petrobrás não como uma geradora de dividendos, mas sim monopolista com o seu objetivo original de servir à população aos menores custos e desenvolver o País.

Uma vez Petroleiro sempre Petroleiro!

Silvio Sinedino, ex-presidente da AEPET foi representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás por dois mandatos.


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