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O banqueiro Juca Abdalla, foi reeleito como conselheiro independente da Petrobrás, na mesma AGO que aprovou a distribuição dos dividendos extraordinários, realizada na quinta-feira, 25 de abril. Na oportunidade, Abdalla elogiou e agradeceu o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

“Nesse ano e pouco [de sua gestão], a condução que ele deu à companhia levou a uma valorização enorme”, afirmou. “Queria agradecer o presidente Jean Paul na qualidade de acionista”.

O banqueiro é um dos principais beneficiados pela aprovação do pagamento de 50% dos dividendos extraordinários apurados em 2023, R$ 21,9 bilhões, que tinham sido retidos no início de março, mas que agora foram parcialmente liberados.

Abdalla foi eleito para vaga no conselho de administração da Petrobrás sob indicação do Banco Clássico, do qual é dono. Segundo o Brasil de Fato, após uma manobra de acionistas, ele conseguiu que a votação para a composição do foro deixasse de ser realizada por chapas, mas sim com votos nominais aos candidatos. Assim, conseguiu ser eleito e controlar duas das 11 cadeiras que compõem o colegiado, a sua e a do advogado Marcelo Gasparino da Silva, também indicado pelo banco.

Apontado pela Revista Forbes como o 18º brasileiro mais rico, o banqueiro tem como estratégia participar de conselhos administrativos de grandes empresas, como a Petrobrás e a Eletrobras, onde detém 5% das ações. Durante os governos anteriores, quando estava em pauta a privatização da Eletrobras, Abdalla chegou a lucrar R$1 bilhão só com a valorização de ações da companhia, segundo reportagem do Valor Econômico.

Juca Abdalla tem histórico de grandes lucros em cima da privatização de empresas estatais e pode representar um grande risco para a Petrobrás estando membro da principal instância decisória da petroleira.

O elogio de Abdalla ao presidente Prates nos faz duvidar sobre a quem serve a atual gestão que, junto com o CA, aprova a distribuição bilionária de dividendos aos acionistas no valor de R$ 21,95 bilhões. Isso é um escândalo, dando margem para os especuladores que ainda querem a Petrobrás privatizada.

O governo Lula também foi favorecido, neste ano, vai receber cerca de R$ 6 bilhões em dividendos extraordinários, dando mais folego para a administração federal na busca pelo déficit zero. Dificilmente, parte desses recursos será revertido para a população e políticas sociais.


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